Fundação “la Caixa” apoia projectos com crianças em situação de pobreza

Vão ser distribuidos 3,75 milhões de euros por instituições privadas sem fins lucrativos em cinco grandes áreas. As candidaturas aos projectos de apoio na infância arrancam esta sexta-feira.

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PAULO PIMENTA

Os prémios BPI “la Caixa”, destinados a apoiar financeiramente instituições particulares sem fins lucrativos, vão este ano abarcar projectos em duas novas áreas: o apoio a crianças em situação de pobreza e o desenvolvimento de territórios rurais. Mantém-se, além disso, as vertentes “Capacitar”, para projectos que melhoram as condições de vida de vida de pessoas com deficiência, “Seniores”, para aqueles que apoiam pessoas com mais de 65 anos, e “Solidário”, que se destinam às pessoas em risco de exclusão social. Há 3,75 milhões de euros para distribuir (750 mil euros em cada área).

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Os prémios BPI “la Caixa”, destinados a apoiar financeiramente instituições particulares sem fins lucrativos, vão este ano abarcar projectos em duas novas áreas: o apoio a crianças em situação de pobreza e o desenvolvimento de territórios rurais. Mantém-se, além disso, as vertentes “Capacitar”, para projectos que melhoram as condições de vida de vida de pessoas com deficiência, “Seniores”, para aqueles que apoiam pessoas com mais de 65 anos, e “Solidário”, que se destinam às pessoas em risco de exclusão social. Há 3,75 milhões de euros para distribuir (750 mil euros em cada área).

Os prémios "Infância" são os primeiros a arrancar. Nesta quinta-feira é lançado o site onde se podem candidatar as instituições privadas sem fins lucrativos, com sede em Portugal, que queiram desenvolver projectos que promovam o bem-estar, saúde e educação de crianças e jovens e as competências parentais. As candidaturas começam na sexta-feira e decorrem até 4 de Março. Vários estudos "demonstram que as carências na infância, principalmente até aos seis anos, têm o potencial de se reflectir em toda a sua vida”, salienta Artur Santos Silva, curador da fundação e presidente honorário do BPI. O apoio nesta altura, vinca, pode ser decisivo para sua formação e inclusão social, especialmente em crianças que vivem em contextos socioeconómicos desfavorecidos.

É também a pensar na desigualdade que marca o país territorialmente que haverá um prémio para projectos que promovam o desenvolvimento de comunidades e economias rurais. “Cerca de 80 a 90% das exportações, do investimento privado, do desenvolvimento industrial concentra-se numa faixa litoral que vai do Minho ao Guadiana. No resto do país fecham-se bancos, correios, repartições judiciais, serviços de saúde”, torna o curador. Procuram-se, por isso, instituições de solidariedade social com projectos que se dediquem à promoção do acesso à saúde, integração no mercado de trabalho, coesão social dos territórios carenciados.

O financiamento vem da Fundação “la Caixa”, dona do espanhol CaixaBank e do BPI. Podem candidatar-se as instituições que queiram desenvolver projectos que se inseriam no âmbito de um destes cinco prémios. As iniciativas podem ser apoiadas até 90% do seu orçamento (num máximo 120 mil euros), mediante a duração do projecto (um ou dois anos) e se resulta ou não de uma parceria.

As candidaturas a cada prémio decorrem num site autónomo e assim que termina uma, inicia-se outra. Após o “Prémio Infância”, abrem as candidaturas para o “Solidário” (6 de Março a 1 de Abril), “Seniores” (2 de Abril e 29 de Abril), “Capacitar” (30 de Abril a 27 de Maio) e, por último, para o “Prémio Rural” (28 de Maio a 25 de Junho).

Todas as candidaturas serão avaliadas por um consultor externo, explica ainda Artur Santos Silva. Este faz a primeira selecção, entre as “200 a 400” que habitualmente recebem, e submete-as ao crivo de uma “equipa de voluntários do banco com experiência em avaliação de projectos de empresas”, que ordenam os projectos e propõem valores de financiamento. A decisão final cabe a um júri, presidido por António Barreto.

Pela primeira vez, os projectos serão avaliados de “uma forma mais estrutura”, diz Santos Silva, no âmbito de uma parceria entre a fundação e a Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

A vertente mais antiga destes prémios, a “Capacitar”, criada em 2010, apoiou “perto de 400 entidades” e “mais de 100 mil pessoas”, diz Santos Silva. “Desde então todos os pontos do país, têm instituições premiadas, em maior número nos distritos do Porto, Lisboa e Aveiro.”