Militares de Caracas bloqueiam ponte para impedir entrada de ajuda humanitária

Regime venezuelano teme que operação de auxílio possa servir de pretexto para uma invasão. Ponte que liga a Venezuela à Colômbia foi bloqueada com contentores.

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Luisa Gonzalez/Reuters

As forças armadas venezuelanas bloquearam, esta quarta-feira, uma ponte rodoviária na fronteira com a Colômbia, perto de Cúcuta, impedido assim a chegada planeada de ajuda humanitária.

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As forças armadas venezuelanas bloquearam, esta quarta-feira, uma ponte rodoviária na fronteira com a Colômbia, perto de Cúcuta, impedido assim a chegada planeada de ajuda humanitária.

O envio de bens essenciais através da Colômbia, Brasil e uma ilha não especificada é uma iniciativa de Juan Guaidó, apoiada pelos Estados Unidos e por Bogotá, que pretende testar a fidelidade dos militares a Nicolás Maduro, escreve o El País. Maduro, ainda no poder em Caracas, rejeita qualquer tipo de ajuda internacional, considerando que qualquer acção humanitária não passará de uma desculpa para uma intervenção externa na Venezuela.

Ali perto da ponte bloqueada, mas no outro lado da fronteira, as autoridades colombianas estão preparadas para receber 60 toneladas de medicamentos e alimentos que deveriam seguir para a Venezuela. Neste momento, no entanto, a Ponte Internacional de Tienditas encontra-se cortada por uma cisterna e dois contentores de mercadorias colocados pelas forças venezuelanas.

Ao El País, Eduardo José González, director da Unidade para a Gestão de Risco e Desastres, a entidade colombiana encarregada de liderar as operações, explicou que Bogotá continua a esperar apenas pelo momento certo para fazer chegar os alimentos e medicamentos à Venezuela.

A Ponte Internacional de Tienditas, com 240 metros de comprimento e 40 de largura, foi concluída em 2016, mas nunca chegou a ser utilizada. Por altura da sua conclusão, Maduro decretou o fecho da fronteira com a Colômbia, permanecendo desde então encerrada à circulação.

Por sua vez, a antiga Ponte Simón Bolivar, construída nos anos 1960 e com problemas estruturais conhecidos, continua a ser usada diariamente por milhares de venezuelanos. Esta infra-estrutura regista um fluxo de 35 mil deslocações diárias, e funciona como um canal a que muitos venezuelanos recorrem para obter na Colômbia bens que estão em falta no seu país.