Desemprego manteve-se em 6,7% no final de 2018

Número de desempregados estabilizou no final de 2018. No total de 2018, a taxa de desemprego cifrou-se em 7%, o valor mais baixo desde 2004 e menos 1,9 pontos percentuais do que em 2017.

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Rita Franca

O desemprego em Portugal estabilizou nos últimos três meses de 2018, registando no quarto trimestre uma taxa de 6,7%, o mesmo valor do trimestre imediatamente anterior e repetindo pela terceira vez aquele que é o valor mais baixo desde 2004.

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O desemprego em Portugal estabilizou nos últimos três meses de 2018, registando no quarto trimestre uma taxa de 6,7%, o mesmo valor do trimestre imediatamente anterior e repetindo pela terceira vez aquele que é o valor mais baixo desde 2004.

Este número, divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), representa, quando comparado com o período homólogo do ano anterior, uma descida 1,4 pontos percentuais, reflectindo a tendência de melhoria que se tem verificado nos últimos anos no mercado de trabalho em Portugal. 

No total de 2018, a taxa de desemprego cifrou-se em 7%, uma descida face aos 8,9% de 2017 e o valor mais baixo desde 2004. Ainda assim, a taxa média do ano ficou ligeiramente acima das previsões do Governo, que esperava fechar 2018 com um desemprego de 6,9%.

Aumentar

No quarto trimestre do ano passado, havia em Portugal 349 mil desempregados, ligeiramente menos do que no terceiro trimestre e menos 73 mil do que em igual período do ano anterior. O desemprego recuou em todos os grupos face ao período homólogo de 2017, com excepção da população licenciada onde o número de desempregados aumentou 14,1%.

O desemprego entre os jovens dos 15 aos 24 anos recuou para 19,9%, a segunda taxa mais baixa da série estatística que o INE iniciou em 2011. Só no segundo trimestre de 2018 foi possível encontrar uma menor percentagem de jovens desempregados (19,4%). 

Quando se olha com mais pormenor para esta população jovem, percebe-se que o desemprego é mais elevado entre os que têm o ensino superior (22,8%) ou que não foram além do ensino básico (22,8%), enquanto nos jovens que terminaram o secundário a taxa é de 16,8%.

Utilizando um conceito mais alargado de desemprego, o INE calcula ainda aquilo a que chama taxa de subutilização do trabalho, que inclui para além dos desempregados, outras situações, como o emprego a tempo parcial não desejado ou os desencorajados, que apesar de quererem um emprego, desistiram de o procurar.

A taxa de subutilização do trabalho também se manteve estável no quarto trimestre de 2018, repetindo o valor de 13,1%. Face ao período homólogo do ano anterior registou-se uma descida de 2,4 pontos percentuais.

No total de 2018 este indicador cifrou-se nos 13,7%, o que compara com os 16,5% do ano anterior.

Emprego cresce, mas a um ritmo mais lento

Com a economia portuguesa a dar, tal como o resto da Europa, sinais de abrandamento nos últimos meses, o número de empregos diminuiu no quarto trimestre 0,4% face ao trimestre anterior, mas ainda assim cresceu em termos homólogos.

No último trimestre de 2018, havia 4.883.000 pessoas empregadas, o que representa um aumento de 1,6% em relação a 2017. Esta evolução vem em linha com as variações homólogas positivas iniciadas no final de 2013, mas o INE alerta que este indicador está em desaceleração desde o arranque de 2018.

Depois de ter registado um crescimento homólogo de 3,5% no final de 2017, a evolução do emprego registou um abrandamento ao longo de 2018. No primeiro trimestre o crescimento face ao período homólogo foi de 3,2%; no segundo trimestre foi de 2,4%, tendo baixado para 2,1% no terceiro trimestre e atingindo uma taxa de crescimento homóloga de 1,6% no final do ano.

Numa análise mais fina do comportamento do emprego é possível perceber que a subida homóloga da população empregada ficou a dever-se ao aumento do emprego nos homens e nas mulheres, nas pessoas com 45 a 64 anos, que completaram o ensino superior e empregadas no sector dos serviços. Em termos percentuais, é de destacar o aumento de 13,7% da população empregada com 65 e mais anos.

A maioria da população que trabalha por conta de outrem tem contrato sem termo, um vínculo que teve um acréscimo homólogo de 1,5%. Os contratos a termo, recuaram 1,1% para 733.900 pessoas, mas em contrapartida os outros tipos de contrato - onde estão incluídos os trabalhadores a recibo verde - aumentaram 6,1% para 155.100 pessoas. 

Já nas últimas estatísticas trimestrais, o INE dava conta de um aumento de 9,1% dos outros tipos de contrato.