A Pixar tem uma série de novas curtas (e já se pode ver a primeira)
O estúdio de animação lançou esta segunda-feira Purl, primeiro rebento do programa Sparkshorts. Seguir-se-ão mais destes filmes experimentais de baixo orçamento nas próximas semanas.
Purl é a história de uma pequena meada de lã cor-de-rosa que começa a trabalhar numa empresa de alta finança. Logo no primeiro dia, depois do entusiasmo inicial, percebe que está deslocada: os seus colegas são quase todos homens, sem muito que os distinga uns dos outros, com linguagens e formas de interagir próprias que não são muito convidativas para quem não seja como eles. É esta a premissa da nova curta-metragem da Pixar, o estúdio de animação que este ano concorre duplamente aos Óscares com a curta Bao e a longa Incredibles 2 (filmes que fizeram parelha no circuito comercial).
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Purl é a história de uma pequena meada de lã cor-de-rosa que começa a trabalhar numa empresa de alta finança. Logo no primeiro dia, depois do entusiasmo inicial, percebe que está deslocada: os seus colegas são quase todos homens, sem muito que os distinga uns dos outros, com linguagens e formas de interagir próprias que não são muito convidativas para quem não seja como eles. É esta a premissa da nova curta-metragem da Pixar, o estúdio de animação que este ano concorre duplamente aos Óscares com a curta Bao e a longa Incredibles 2 (filmes que fizeram parelha no circuito comercial).
Escrita e realizada por Kristen Lester, Purl, que chegou ao YouTube esta segunda-feira, é a primeira das Sparkleshorts, o novo programa de curtas-metragens da Pixar, cujo lançamento foi anunciado em Janeiro. A ideia desta série de filmes independentes feitos dentro da própria Pixar, com um tempo de produção mais curto do que o habitual, é, diz Jim Morris, presidente do estúdio, citado no site oficial, "descobrir novos contadores de histórias, explorar novas técnicas de contar histórias, e experimentar novos fluxos de trabalho". "Estes filmes são diferentes de tudo o que fizemos na Pixar", frisa, acrescentando que constituem "uma oportunidade para desbloquear o potencial de artistas individuais e as suas abordagens inventivas à produção de filmes numa escala menor" do que a produção normal do estúdio.
A premissa feminista do filme contrasta com a história recente da própria Pixar. Em 2017, o director da animação da Disney e da Pixar, John Lasseter, tirou "uma licença sabática" quando foi acusado de "conduta imprópria" em relação às funcionárias com quem trabalhava. No ano passado, acabou mesmo por sair da Pixar, empresa que fundou. Depois dessas revelações, várias publicações, como a Variety ou a Vanity Fair, publicaram depoimentos sobre a "cultura de rapazes" da Pixar, retratanto um meio que não parece muito diferente daquele que se vê agora em Purl. Um meio onde, como denunciou Rashida Jones, que trabalhou no argumento de Toy Story 4 mas abandonou a produção a meio, a voz criativa de "mulheres e pessoas não-brancas" não é tratada com igualdade. Não parece, contudo, ser essa a experiência de Lester, que, num vídeo lançado ao mesmo tempo que Purl, afirma ter sido na Pixar que aprendeu a trabalhar em equipa com mulheres e que não precisou de se tornar "um dos rapazes" para singrar.
Além de Purl, estão já previstas mais cinco outras curtas, cujos posters e sinopses já podem ser vistos no site da Pixar. Nas próximas duas semanas, sairão, no YouTube, Smash and Grab, de Brian Larsen, centrada em "dois robôs antiquados que vão arriscar tudo pela liberdade", e Kitbull, de Rosana Sullivan, "uma ligação inesperada" entre "um gatinho ferozmente independente e um pitbull". As seguintes deverão sair ainda este ano, mas noutra plataforma, o Disney+, o serviço de streaming na Disney, a avaliar pelo que a a Pixar revelou no Twitter.