MoMA fecha para reorganizar colecção e abrir com mais mulheres, minorias e outras geografias
Museu de Nova Iorque fecha para obras durante quatro meses. Colecção moderna deixa de ser organizada por suportes.
Com um projecto do atelier Diller Scofidio + Renfro, o Museum of Modern Art (MoMA), de Nova Iorque, vai estar fechado durante quatro meses para reorganizar a sua colecção e mostrar mais mulheres e minorias étnicas, noticiou o jornal New York Times. São mais 12 mil metros quadrados para repensar a forma como a história da arte moderna e contemporânea é contada, dando início à fase final de uma reconversão orçada em 400 milhões de dólares.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Com um projecto do atelier Diller Scofidio + Renfro, o Museum of Modern Art (MoMA), de Nova Iorque, vai estar fechado durante quatro meses para reorganizar a sua colecção e mostrar mais mulheres e minorias étnicas, noticiou o jornal New York Times. São mais 12 mil metros quadrados para repensar a forma como a história da arte moderna e contemporânea é contada, dando início à fase final de uma reconversão orçada em 400 milhões de dólares.
“Uma nova geração de curadores está a descobrir a riqueza do que está na nossa colecção. Há óptimo trabalho a ser feito em todo o mundo e nós temos que dar atenção a isso”, disse Glenn D. Lowry, director do museu, citado pelo jornal norte-americano.
O museu vai fechar de 15 de Junho a 21 de Outubro para reabrir já sem a clássica organização por disciplinas que usa há oito décadas. Mantém-se o fio cronológico, mas haverá uma mistura entre pintura, escultura, arquitectura, design, fotografia, performance, filme e trabalhos sobre papel.
Tal como já faz a Tate Modern, o MoMA também vai rodar as peças exibidas duas vezes por ano, reconhecendo que muito do que está nas suas reservas tem sido ignorado. O MoMA, que deverá anunciar esta terça-feira as mudanças, promete ter os seus famosos Picassos, como Les Demoiselles d’Avignon, sempre em exposição, mas ao seu lado aparecerão nomes menos valorizados como o fotógrafo experimental japonês Shigeru Onishi ou o pintor francês de origem haitiana Hervé Télémaque, numa tentativa de expandir as geografias mesmo para lá das minorias internas dos EUA, dos latinos aos afro-americanos.
O museu vai reabrir com uma exposição dedicada à arte latino-americana, juntamente com duas mostras de artistas afro-americanos, Pope.L, conhecido pelas suas performances, e Bettye Saar, com um trabalho de décadas à volta das assemblages.
“Não queremos perder as nossas raízes em termos de ter a melhor colecção modernista”, disse o presidente do museu, Leon Black, “mas o museu não deu a ênfase necessária a artistas mulheres, não sublinhou o que os artistas minoritários estavam a fazer e estava limitado na sua geografia”.
O MoMA, que se vai expandir para o espaço do demolido American Folk Art Museum e para parte de um aranha-céus desenhado por Jean Novel, sofreu obras profundas em 2004 numa ampliação assinada pelo arquitecto japonês Yoshio Taniguchi.