Oito mulheres assassinadas só em Janeiro

Durante o mês de Janeiro, oito mulheres perderam a vida, em casa, de forma violenta.

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Em 2017, as mulheres mortas num quadro de violência doméstica foram homenageadas no Porto Manuel Roberto

5 de Janeiro – Assassínio e suicídio

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5 de Janeiro – Assassínio e suicídio

Eram 12h03 do dia 5 de Janeiro quando o Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro recebeu um pedido para “abertura de porta com socorro”. Ao chegar à morada indicada, em Lagoa, os bombeiros encontraram o corpo de um homem, junto ao qual estava uma caçadeira. A alguma distância estava a mulher, de 48 anos, também morta. A investigação concluiu que o homem assassinara a companheira com quem vivia há mais de um ano, suicidando-se em seguida, provavelmente, ainda durante a noite. O homicida, segundo testemunhas, seria agressivo e ciumento.

7 de Janeiro – Disputa por uma casa

Uma mulher de 46 anos morreu no hospital da ilha Terceira, nos Açores, depois de ter sido espancada por um cunhado. O homicida pretenderia expulsar a cunhada da casa que pertencera à mãe dele, falecida pouco tempo antes, numa altura em que o marido da vítima e irmão do agressor estaria detido. Acompanhado de um amigo, invadiu a habitação durante a madrugada e espancou a mulher, a soco e pontapé. A vítima ainda foi socorrida mas não resistiria aos ferimentos.

11 de Janeiro – Três mortes num só dia

Vera, de 30 anos, foi brutalmente espancada em casa, em Almada, a 11 de Janeiro. Apesar dos ferimentos graves ainda conseguiu arrastar-se até às escadas da casa, onde foi encontrada por uma vizinha. Transportada para o Hospital Garcia de Orta, extremamente desfigurada pelas agressões, acabaria por morrer ali. O agressor ou agressores não foram ainda detidos, suspeitando-se de um crime passional.

No mesmo dia, no Alandroal, um homem na casa dos 80 anos matou a tiro a mulher e a cunhada, com idades similares. O homicida tentou suicidar-se com a mesma arma no local, mas ainda foi transportado com vida para o hospital, onde acabaria por morrer, horas depois.

17 de Janeiro – Casal encontrado morto

A meio do mês, um caso similar ao de Lagoa acontecia no Dafundo, Oeiras. Pouco depois das 16h, as autoridades foram chamadas à casa de um casal, com cerca de 70 anos. O alerta terá sido dado pela filha de ambos, que encontrou os cadáveres, com ferimentos de bala. A arma encontrava-se no local e no próprio dia a PSP apontava para a possibilidade de se estar de um homicídio seguido de suicídio, perpetrado pelo marido. As discussões entre o casal seriam frequentes.

27 de Janeiro – Agredida até à morte

Já passava das 23h30 daquele domingo quando o corpo de uma mulher brasileira, de 48 anos, com sinais de agressões violentas foi encontrado, sem vida, na casa onde morava, em Santarém. O alerta para as autoridades foi dado por um vizinho, acordado com pancadas na porta por um homem que disse ter encontrado a vítima já sem vida, depois de se ter deparado com a porta da rua aberta. A brasileira, mãe de dois filhos, residia naquele local há cerca de dez anos e trabalhara em casas de diversão nocturna, suspeitando-se que se dedicaria à prostituição na casa em que morava e onde foi assassinada.

31 de Janeiro – Morta pelo ex-namorado

O corpo de uma jovem de 25 anos foi encontrado em casa, em Moimenta da Beira, na manhã do dia 31 de Janeiro. A mulher, mãe de dois filhos com dois e cinco aos, terá tido uma discussão com o ex-namorado, de 26 anos, que a atacou com uma faca, deixando-lhe ferimentos profundos no pescoço e no peito. O homicida foi detido e terá confessado o crime.