Há privilégios de deputados que são injustificados, diz Trigo Pereira
O deputado não inscrito (e que saiu da bancada do PS) alerta para riscos do populismo.
Paulo Trigo Pereira, deputado não inscrito (e que saiu da bancada do PS), defende que alguns privilégios dos deputados são injustificados. Em entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios, o deputado lembra que os parlamentares “são os únicos que legislam em causa própria” e que por isso “deviam ter um cuidado mais rigoroso”.
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Paulo Trigo Pereira, deputado não inscrito (e que saiu da bancada do PS), defende que alguns privilégios dos deputados são injustificados. Em entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios, o deputado lembra que os parlamentares “são os únicos que legislam em causa própria” e que por isso “deviam ter um cuidado mais rigoroso”.
Um dos tratamentos diferenciados que Paulo Trigo Pereira aponta é a possibilidade de os deputados poderem justificar a falta nas sessões plenárias com motivo de força maior. Como membro da comissão para o reforço da Transparência, Trigo Pereira propôs que se acrescentasse no estatuto dos deputados que esse motivo de força maior tem de ser “um facto não imputável” ao deputado, mas a proposta foi rejeitada.
Na entrevista publicada esta segunda-feira, o deputado considerou que é preciso que os parlamentares tenham a “noção de que a sociedade mudou", que "o escrutínio público em relação à Assembleia da República é mais exigente” e que é necessário “fazer um esforço para mudar as regras”.
O economista e professor universitário, eleito como independente nas listas do PS em 2015, defende que os riscos para a democracia, caso não se reforce as regras da transparência, “são o aumento do populismo”.
Trigo Pereira estima que o final dos trabalhos da comissão para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas – previsto para Março - tenha de ser adiado, mas espera que tudo esteja concluído no final desta legislatura.