Carregadores públicos de veículos eléctricos são usados apenas por 5% do total de carga
Em resposta às perguntas que a ACP dirigiu ao Ministro do Ambiente, a associação ambientalista Zero revela que a grande maioria dos carregamentos de veículos eléctricos ocorre em casa ou no trabalho.
Apesar da “percepção de que a carga em postos públicos é uma barreira importante" para a captação em massa de veículos eléctricos, os carregadores públicos são usados "apenas por cerca de 5% do total de carga”. Os dados são da associação ambientalista Zero que garante que, para fazer a transição energética em Portugal, é necessário que seja assegurada em primeiro lugar uma rede eléctrica preparada para um consumo abundante.
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Apesar da “percepção de que a carga em postos públicos é uma barreira importante" para a captação em massa de veículos eléctricos, os carregadores públicos são usados "apenas por cerca de 5% do total de carga”. Os dados são da associação ambientalista Zero que garante que, para fazer a transição energética em Portugal, é necessário que seja assegurada em primeiro lugar uma rede eléctrica preparada para um consumo abundante.
“Os dados de vários estudos mostram que a grande maioria dos carregamentos de veículos eléctricos ocorre em casa ou no trabalho e é uma falta de escolha e disponibilidade de carros eléctricos que é a principal barreira”, diz a Zero que, em comunicado a que o PÚBLICO teve acesso, responde às perguntas que o ACP dirigiu a Matos Fernandes depois das declarações do ministro do Ambiente sobre o valor de troca dos carros com motor a gasóleo daqui a "quatro ou cinco anos".
Em resposta a essas perguntas, a associação ambientalista Zero afirma que há várias empresas que anunciaram investimentos para instalação de postos de carregamento e que os grandes pólos de emprego e mobilidade também os deverão incorporar “oferecendo soluções de carregamento aos seus trabalhadores, colaboradores e clientes, o que também contribuirá para satisfazer parte desta procura”.
Neste momento, 4% dos veículos que entram no mercado de ligeiros são eléctricos ou híbridos, um aumento face aos 0,7% de há quatro anos.
"Há muito para fazer"
Ontem, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, admitiu que a frota automóvel do Estado "tem de se renovar" e afirmou que para este ano está prevista a aquisição de mais 200 veículos eléctricos para a administração pública.
"Há muito para fazer? Há. A frota de automóvel do Estado tem de se renovar? Tem. Mas só no ano passado foram 170 veículos eléctricos", disse João Pedro Matos Fernandes, realçando ainda o financiamento por parte do Estado para a aquisição de 715 novos autocarros, parte deles para empresas públicas, e de 500 veículos para os serviços ambientais das autarquias.
Em entrevista ao Expresso, Eurico Brilhante Dias, afirmou a sua intenção de que Portugal lidere a produção de carros eléctricos. O secretário de Estado da Internacionalização disse que o país “está preparado para acompanhar o próximo ciclo de investimentos do sector automóvel” e garante que já o comunicou a todas as grandes marcas automóveis. Questionado sobre se o país está preparado para essa mudança, Eurico Brilhante Dias disse que “Portugal tem as componentes, os moldes, a metalomecânica, os compósitos… É todo um sector muito atractivo para IDE porque temos competências e competitividade mundial”, garantiu.