Palcos da semana
Dias sintonizados em indie-rock, música brasileira, dança contemporânea contaminada e enleios artísticos.
Dança
Com drama e rock
A verdade faz-nos mais fortes
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Dança
Com drama e rock
Um Drama de Victor Hugo Pontes para fundir dança e teatro, sob inspiração de Pirandello. Michael Clark a homenagear três referências musicais (Erik Satie, Patti Smith e David Bowie) e a usar bailado, artes visuais e moda numa peça intitulada to a simple, rock n’roll… song. O primeiro é para abrir; o segundo, para fechar a nona edição do GUIdance. O festival de dança contemporânea vem cada vez mais marcado pela mistura de campos artísticos. O rock, por exemplo, também marca presença no trabalho dos Mão Morta com a coreógrafa Inês Jacques em No Fim Era o Frio. Na dança entram ainda as artes marciais e até robótica – cortesia, respectivamente, da companhia Wang Ramirez e sua Everyness, e da dupla Jonas & Lander e seu surrealista Lento e Largo com robôs dançarinos. São alguns dos espectáculos – 11 no total, seis em estreia absoluta – alinhados por um cartaz que também recebe Sara Anjo, Maurícia Neves, Útero, Ainhoa Vidal e Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristóvão, além de promover oficinas, masterclasses, debates e conversas com criadores.
Música
Simone reencontra Ivan
Em 2017, Simone esteve por cá com Zélia Duncan. Agora, retorna com outro grande nome da música brasileira, simultaneamente cúmplice, amigo e autor indissociável da sua carreira: Ivan Lins. Simone cantou composições dele desde o início. Chegou a hora, incluída no seu álbum de estreia, em 1973, foi a primeira de muitas. De tamanha afinidade, a cantora chegou a dedicar-lhe um disco inteiro, Baiana da Gema, escrito por ele, para ela. Catorze anos depois, reencontram-se em palco para lembrar essas e outras canções que foram partilhando.
Performance
Enleados por Hassabi
A coreógrafa e artista plástica Maria Hassabi, cipriota radicada em Nova Iorque, traz ao hall do Museu de Serralves uma peça que vive da interacção entre os performers. Fora de palco, num espaço público com os espectadores à sua volta, esses performers – Jessie Gold, Hristoula Harakas, Oisín Monagahn e a própria Hassabi – enleiam-se numa massa amorfa, que se vai alterando num processo que fica algures entre a dança e a escultura. Chama-se Staged? e faz parte de um díptico criado em 2016 (o par é Staging). "Cada detalhe parece ter sido cuidadosamente ponderado", explica Hassabi. "Contudo, o ponto de interrogação do título parece expressar dúvida ou incerteza sobre algo. Torna-se uma presença assombrosa".
Música
Trio indie, dose dupla
Os norte-americanos Yo La Tengo regressam para dois concertos em nome próprio, investidos na apresentação plena de There's a Riot Going On, o álbum de que serviram uma amostra, em Julho, no Nos Alive. Editado há quase um ano, foi o primeiro disco em meia década, se falarmos estritamente em originais e exceptuarmos Stuff Like That There (2015), em que se lançaram a versões de temas próprios e alheios. Veteranos do indie-noise-shoegaze-rock, Ira Kaplan, Georgia Hubley e James McNew chegaram a ser descritos pelo USA Today como "uma das últimas bandas rock verdadeiramente visionárias".
Festival
Diversidade sintonizada
A Antena 2 volta a sair do estúdio para, pelo terceiro ano consecutivo, se transformar num festival. Apostada em fazer do momento uma celebração da diversidade, a rádio põe no alinhamento a música clássica da Orquestra Metropolitana de Lisboa, do Quinteto À-Vent-Garde e d'Os Músicos do Tejo, o jazz do L.U.M.E. (Lisbon Underground Music Ensemble), as raízes portuguesas de Segue-me à Capela e a tradição da Banda Sinfónica da PSP. Mas o Festival Antena 2 também guarda espaço para o teatro documental de Amores Pós-Coloniais, da companhia Hotel Europa; para a poesia participativa de By Heart, de Tiago Rodrigues; para a rubrica Palavras de Bolso, de Ana Isabel Gonçalves e Paula Pina; e para uma conferência sobre inteligência artificial.