Um Inverno de empréstimos e transferências de “classe média”

Os maiores negócios de Janeiro, Pulisic no Chelsea e De Jong no Barcelona, só vão fazer efeito a partir da próxima época. Em França, o Mónaco gastou aquilo que não tinha gasto no Verão e voltou a apostar em portugueses.

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De Jong foi o jogador mais cobiçado no mercado de Inverno, mas só irá para o Barcelona na próxima época LUSA/Remko de Waal

A janela de Inverno do mercado de transferências no futebol não costuma ter grandes bombas e a de 2019 não foi excepção. Foram feitos dois grandes negócios, mas que só terão efeito a partir do próximo Verão. O Chelsea comprou Cristian Pulisic ao Borussia Dortmund por 64 milhões de euros, mas o norte-americano mais caro de sempre vai continuar na Bundesliga até ao final da época, enquanto o Barcelona já assegurou Frankie de Jong por 75 milhões, mas o médio do Ajax só se irá mudar para a Catalunha na próxima temporada. De resto, foram muitos empréstimos e contratações de “classe média”, nada que entre para o top das maiores transferências de sempre.

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A janela de Inverno do mercado de transferências no futebol não costuma ter grandes bombas e a de 2019 não foi excepção. Foram feitos dois grandes negócios, mas que só terão efeito a partir do próximo Verão. O Chelsea comprou Cristian Pulisic ao Borussia Dortmund por 64 milhões de euros, mas o norte-americano mais caro de sempre vai continuar na Bundesliga até ao final da época, enquanto o Barcelona já assegurou Frankie de Jong por 75 milhões, mas o médio do Ajax só se irá mudar para a Catalunha na próxima temporada. De resto, foram muitos empréstimos e contratações de “classe média”, nada que entre para o top das maiores transferências de sempre.

Entre os chamados “big five”, o AC Milan foi o maior gastador da janela invernal. Há muito afastados das grandes decisões, os “rossoneri” gastaram um total de 72 milhões em dois jogadores, o avançado polaco Krzysztof Piatek (ex-Génova) e o médio brasileiro Lucas Paquetá (ex-Flamengo), naquela que foi mais uma janela de grande investimento na equipa (ainda) orientada por Gennaro Gattuso — o Milan já tinha gasto mais de 100 milhões no Verão, mas o retorno desportivo tem sido curto. Os 72 milhões gastos pelo Milan em Piatek e Paquetá correspondem a quase metade dos gastos das 20 equipas da Serie A (160 milhões).

Por falar em Seria A, a Juventus praticamente não gastou um tostão no mercado de Inverno, apenas uns trocos para garantir, por empréstimo, o polivalente defesa uruguaio Martin Cáceres junto da Lazio, de forma a cobrir a saída de Benatia para o Qatar. A “vecchia signora” não precisa de fazer grandes ajustes no plantel, dado o domínio esmagador na Serie A, preferindo fazer as suas compras no Verão — comprou Cristiano Ronaldo por 120 milhões, para além de ter dispendido verbas significativas em jogadores como João Cancelo, Douglas Costa ou Leonardo Bonucci.

Na Premier League inglesa, o campeão Manchester City teve um Inverno absolutamente tranquilo e até aproveitou para ganhar algum dinheiro com um jogador que praticamente não era opção para Pep Guardiola — Brahim Diaz não queria renovar contrato e os “citizens” aproveitaram para vender o jovem espanhol ao Real Madrid por 17,5 milhões. Em termos de entradas, apenas duas e para emprestar de imediato, o croata Ante Palaversa (Hajduk Split) e o japonês Ko Itakura (Kawasaki). Também o Liverpool aproveitou o Inverno para fazer algum dinheiro, com a venda de Dominic Solanke ao Bornemouth por uma verba a rondar os 22 milhões.

Se, com José Mourinho, se previa que o Manchester United ia ser gastador no Inverno, com Solskjaer os “red devils” não contrataram ninguém. A única movimentação envolveu o guarda-redes português Joel Pereira, que saiu de um empréstimo ao Vitória de Setúbal para outra cedência temporária aos belgas do Kortrijk. Quanto ao Tottenham, também não contratou ninguém e vendeu Moussa Dembelé para o Guanghzou por 12,5 milhões.

A contratação mais sonante do Inverno da Premier League pertenceu ao Chelsea, que fez a vontade a Mauricio Sarri e foi buscar Gonzalo Higuaín por empréstimo. O avançado argentino pertence à Juventus e tinha passado a primeira metade da época no AC Milan, com os “blues” a pagaram 9 milhões para promoverem o reencontro entre Higuaín e o seu antigo treinador dos tempos em que ambos estavam no Nápoles. Já Pulisic, a contratação mais cara do Inverno, só chega no Verão. O Newcastle, por seu lado, bateu o seu recorde de transferências, gastando 25 milhões por Miguel Almirón, avançado paraguaio do Atlanta United.

Frankie de Jong foi uma das grandes novelas do Inverno, com uma disputa cerrada entre Barcelona e PSG, mas foram os catalães a ganharem a corrida, pagando 75 milhões ao Ajax para contarem com o médio holandês a partir da próxima época — veremos quem ganha a corrida por Matthjis de Ligt, outro jovem talento formado no Ajax que tem todos os clubes endinheirados da Europa atrás dele. De Jong irá, no entanto, juntar-se a Lionel Messi e companhia apenas em 2019-20.

Para além do médio holandês, o Barcelona participou num dos negócios mais estranhos dos últimos tempos, adquirindo, em parceria com o Betis, o médio brasileiro Emerson, por 12 milhões, sendo que o clube andaluz fica com ele até 2021 e, se os catalães o quiserem depois, terão de pagar seis milhões. Se isso não acontecer, é o Betis que fica com ele (e paga seis milhões). O bolo também é dividido em partes iguais por dois clubes brasileiros, Atlético Mineiro e Ponte Preta.

O Real Madrid deverá estar à espera do próximo treinador para fazer nova revolução no plantel e, por isso, só “roubou” Diaz ao City. Já o rival Atlético garantiu um reforço para o ataque na forma de Álvaro Morata, que irá suprir a ausência de Diego Costa por lesão.

Em França, o PSG gastou menos do que é habitual no mercado, “apenas” 41 milhões de euros no médio argentino Leandro Paredes (ex-Zenit), até porque já “encostou” Adrien Rabiot, que vai sair a custo zero no final da temporada. Quem se mexeu mais acabou por ser o Mónaco, que quer manter-se na Ligue 1 e deu ao regressado treinador Leonardo Jardim muitos reforços para esta luta: Fàbregas (ex-Chelsea), Gelson Martins (ex-Atlético), Naldo (ex-Schalke), Adrien Silva (ex-Leicester) ou Carlos Vinicius (ex-Rio Ave).