Cancro do pâncreas começa a crescer de duas formas diferentes

No ducto pancreático, o cancro começa a crescer para dentro ou para fora conforme o diâmetro deste canal.

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Cancro a crescer no interior do ducto pancreático de ratinhos Hendrik Massal/Instituto Francis Crick

Uma nova tecnologia 3D desenvolvida por investigadores do Instituto Francis Crick, em Londres, permitiu descobrir que um tipo de cancro do pâncreas pode crescer de duas formas distintas: para dentro ou para fora do ducto pancreático, dependendo do seu diâmetro. Perceber os mecanismos básicos de um cancro é importante, antes de mais, para o combater.

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Uma nova tecnologia 3D desenvolvida por investigadores do Instituto Francis Crick, em Londres, permitiu descobrir que um tipo de cancro do pâncreas pode crescer de duas formas distintas: para dentro ou para fora do ducto pancreático, dependendo do seu diâmetro. Perceber os mecanismos básicos de um cancro é importante, antes de mais, para o combater.

“Esta técnica revela que o cancro se desenvolve nas paredes do ducto [do pâncreas] e cresce para dentro ou para fora do ducto dependendo do seu tamanho”, explicou Hendrik Messal e um dos autores do artigo publicado esta quinta-feira na revista Nature. Até aqui só era possível ter imagens a duas dimensões do cancro do ducto pancreático, o que não permitia explicar as suas formas anómalas.

Os investigadores utilizaram a tecnologia 3D para analisar o crescimento deste cancro do pâncreas em ratinhos. “O modelo e os resultados experimentais confirmam que o cancro cresce para fora quando o diâmetro do ducto é inferior a cerca de 20 micrómetros”, acrescenta o biofísico Silvanus Alt, co-líder do estudo, citado em comunicado.

Estes dois tipos diferentes de crescimento não se aplicam só ao cancro do pâncreas. Os cientistas replicaram o método no cancro dos pulmões e do fígado e, em ambos os casos, as células cancerosas cresceram da mesma forma. O que indica que este mecanismo é inato ao próprio sistema físico, não sendo exclusivo do cancro do pâncreas.

Em Portugal morreram 1594 pessoas de cancro do pâncreas em 2018, sendo o 6º tipo de cancro mais mortífero no país, de acordo com o Observatório Global de Cancro. Esta descoberta sobre a fase inicial do cancro do pâncreas pode abrir caminho para tratamentos novos e mais eficientes.