Ministro defende cursos curtos e estreita cooperação com empregadores

Heitor defendeu que "a experiência que os politécnicos trouxeram para Portugal das formações curtas iniciais, os cursos técnicos, é hoje crítico também estender-se aos adultos e à pós-gradução"

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu nesta terça-feira cursos curtos e uma estreita cooperação com os empregadores como estratégia sobretudo para os politécnicos, num simpósio sobre internacionalização e competitividade, a decorrer em Bragança.

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O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu nesta terça-feira cursos curtos e uma estreita cooperação com os empregadores como estratégia sobretudo para os politécnicos, num simpósio sobre internacionalização e competitividade, a decorrer em Bragança.

O ensino tradicional nunca terminará, realçou o ministro, defendendo que "tem é de ser complementado com novas práticas e cada vez mais adaptar o processo de ensino à aprendizagem chamada activa".

"Hoje os estudantes têm acesso a muita informação e, por isso, o papel critico das instituições de ensino superior será sempre mais criar mentes criativas, estabelecer o diálogo, cada vez mais um contexto de criação que só pode ser feito se o ensino, a investigação e a inovação estiverem em estreita articulação com as empresas", preconizou.

Para o governante, "criar emprego requer quadros qualificados, as empresas procuram e precisam de quadros qualificados e o papel do ensino superior em articulação cada vez mais estreita com as empresas é a única solução" e "requer também, do lado das instituições do ensino superior, nomeadamente dos politécnicos, a adaptação da oferta formativa, sobretudo através de formações curtas".

Manuel Heitor defendeu que "a experiência que os politécnicos trouxeram para Portugal das formações curtas iniciais, os cursos técnicos, é hoje crítico também estender-se aos adultos e à pós-gradução".

"E esse é um processo que só pode ser feito com os empregadores", salientou.

O ministro lembrou que, nos últimos 20 anos, após a declaração de Bolonha, Portugal multiplicou por quatro a mobilidade de estudantes, criou as formações curtas, e multiplicou por cinco a formação pós-graduada.

"Internacionalizar é também empregar mais e essa é cada vez mais a responsabilidade do ensino superior porque as nossas empresas trabalham em mercados globais e, por isso, estudar no ensino superior é também aprender culturas, práticas que vão para além de Portugal", acrescentou.

Estratégia de internacionalização

O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Pedro Dominguinhos, presente também no simpósio, em Bragança, referiu-se ao percurso que estas instituições têm feito na estratégia de internacionalização e atracção de estudantes.

Uma estratégia concertada, como afirmou, com o desenvolvimento de programas em língua inglesa nas instituições e participações conjuntas em eventos internacionais.

"Os politécnicos são aqueles que em termos percentuais têm revelado maiores percentagens de estudantes estrangeiros nas suas instituições, criando verdadeiras comunidades internacionais", enfatizou.

O presidente do CCISP referiu ainda a capacidade destas instituições "de criar valor para as regiões", anunciando que isso será demonstrado em dois estudos em fase de finalização e que serão apresentados nos meses de Fevereiro e Março, que envolveram 13 politécnicos portugueses.

Lusa/Fim