Término no Dragão adiado para três linhas: a cedência temporária de Moreira

Os autocarros 55, 69 e 70, da Gondomarense, podem, afinal, parar no Campo 24 de Agosto. Mas por tempo limitado. As outras linhas de empresas privadas terão paragem final no Dragão já a partir de 5 de Fevereiro

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Obras no Bolhão motivam alterações nas linhas de autocarros Nelson Garrido

O anúncio feito a 16 de Janeiro deixou alguns municípios vizinhos do Porto à beira de um ataque de nervos. Por causa das obras no Mercado do Bolhão e noutras zonas da cidade do Porto, Rui Moreira decidiu unilateralmente uma alteração do término de autocarros das operadoras privadas Valpi, Gondomarense, AE Martins e Pacense. A partir de 5 de Fevereiro, disse na altura, todas estariam proibidas de entrar no centro da cidade e o término passava da Rua Alexandre Braga para o estádio do Dragão. A discórdia instalou-se e acabou por provocar um recuo do presidente da Câmara do Porto, que aceitou que três linhas da Gondomarense - 55, 69 e 70 – chegassem ao Campo 24 de Agosto. Mas a solução, sublinha, é temporária.

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O anúncio feito a 16 de Janeiro deixou alguns municípios vizinhos do Porto à beira de um ataque de nervos. Por causa das obras no Mercado do Bolhão e noutras zonas da cidade do Porto, Rui Moreira decidiu unilateralmente uma alteração do término de autocarros das operadoras privadas Valpi, Gondomarense, AE Martins e Pacense. A partir de 5 de Fevereiro, disse na altura, todas estariam proibidas de entrar no centro da cidade e o término passava da Rua Alexandre Braga para o estádio do Dragão. A discórdia instalou-se e acabou por provocar um recuo do presidente da Câmara do Porto, que aceitou que três linhas da Gondomarense - 55, 69 e 70 – chegassem ao Campo 24 de Agosto. Mas a solução, sublinha, é temporária.

A notícia saía ao final do dia desta segunda-feira de uma reunião promovida pelo presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, onde estiveram presentes os autarcas de municípios servidos pela STCP. Há dias, os autarcas de Gondomar, Valongo e Paredes tinham avisado que se as intenções de Moreira se mantivessem ponderavam abandonar o concurso de transportes de passageiros. Em comunicado, a autarquia portuense deixava claro o carácter transitório da medida: “Esta solução será temporária”, escreveram, “ficando a data definitiva de alteração do término para o Interface do Dragão dependente da evolução das condições de segurança decorrentes das obras na Avenida de Fernão de Magalhães [junto ao Campo 24 de Agosto] e do futuro túnel de acesso à cave logística do Mercado do Bolhão [na Rua Formosa].

As restantes alterações mantêm-se e arrancam já na próxima semana, na terça-feira, dia 5. Os autocarros das empresas privadas – 33, 34, 27/29, 5, 106/514 e 1 – deixam de entrar no centro do Porto. Os da STCP que paravam na Rua Alexandre Braga fazem um pequeno desvio para a Rua do Bolhão, que entrou parcialmente em obras esta terça-feira.

À Lusa, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, admitiu um recuo de Moreira, mas não se mostrou completamente satisfeito: “Fica aquém daquilo que gostaríamos e daquilo que são os interesses das populações." Já o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, lamentou o “tratamento discriminatório” que continua por esta ser apenas uma solução temporária e para parte das linhas.

Em declarações recentes ao PÚBLICO, Eduardo Vítor Rodrigues garantia que Rui Moreira não precisava de um “parecer vinculativo” da AMP para fazer alterações em linhas, mesmo sendo intermunicipais, por estas mudanças serem apenas temporárias, motivadas por obras. Na altura, garantia que a comunicação formal – obrigatória – tinha sido feita. Mas conforme mostrava um documento a que o PÚBLICO teve acesso, esse aviso foi entregue dias depois do anúncio público da mudança. O também autarca de Vila Nova de Gaia prometia promover o diálogo entre os munícipes. As alterações agora anunciadas têm origem nessa tentativa de entendimento. Será suficiente para acalmar os ânimos?