Terminal de Cruzeiros de Leixões não quer ficar apenas a ver navios e vai adaptar-se para dar espectáculo

A câmara de Matosinhos aprovou nesta terça-feira parecer prévio para adaptação do terminal a espaço de eventos e espectáculos. Documento aprovado prevê a abertura de espaços de restauração de apoio e de um parque de estacionamento.

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Andre Rodrigues

Todos os anos, o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões tem batido recordes de número de cruzeiros e de passageiros que lá desembarcam. Em 2018, bateu mais um, ao abrir as portas a 101 navios, cerca de 117 mil turistas e 57 mil tripulantes, registando um crescimento de 1% no número de embarcações e de 22% em passageiros, relativamente a igual período de 2017.

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Todos os anos, o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões tem batido recordes de número de cruzeiros e de passageiros que lá desembarcam. Em 2018, bateu mais um, ao abrir as portas a 101 navios, cerca de 117 mil turistas e 57 mil tripulantes, registando um crescimento de 1% no número de embarcações e de 22% em passageiros, relativamente a igual período de 2017.

Os resultados são animadores e apontam para novo crescimento em 2019. Porém, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) não quer ficar apenas a ver navios e tem outros planos para o edifício projectado pelo arquitecto Luís Pedro Silva, inaugurado a 13 de Julho de 2015, que além da função para o qual foi destinado também já alberga outras entidades, como é o caso do CIIMAR.

Ao executivo camarário de Matosinhos, nesta terça-feira, chegou à mesa para aprovação um parecer prévio, solicitado pela APDL, para a realização de obras de alteração no terminal. De acordo com a minuta, as obras servirão para adaptar o edifício à realização de eventos e espectáculos. Para isso, alguns espaços interiores serão utilizados para o uso de restauração de apoio aos eventos.

Do lado da oposição, o vereador do PSD, Jorge Magalhães, diz não perceber como é que um edifício inaugurado há quatro anos precisa já de uma intervenção – ainda que o que esteja em discussão sejam obras de adaptação -, e abstem-se; o independente António Parada congratula a iniciativa e dá o aval; Narciso Miranda afirma que o parecer nem precisava de ter passado pela câmara e vota favoravelmente.

O mesmo faz a cabeça do executivo liderado pelo PS de Luísa Salgueiro, que entende ser vital a criação de uma ligação entre o terminal e a via pública, o que por sua vez o aproximaria do público geral e não apenas dos turistas. O parecer é aprovado pela maioria, com a abstenção do PSD.

As áreas assinaladas para a implementação dos novos usos pretendidos situam-se na cobertura do edifício, no átrio do piso 0, na sala de embarque no piso 1, na sala de eventos e no pequeno auditório do piso 3.

As obras de alteração do edifício, que durante os 4 anos de actividade já recebeu alguns eventos, serão executadas, exclusivamente, no interior do mesmo. Os trabalhos de adaptação passam, sobretudo, pela introdução de espaços de apoio a artistas e à realização de eventos e espectáculos. Os que se realizarem na cobertura do edifício contarão com espaços de apoio a construir de raiz no terceiro piso.

Diz a minuta que, porque as obras não implicam alteração da área de construção do edifício, esta operação urbanística não se encontra sujeita ao pagamento de taxas urbanísticas.

O documento da proposta refere ainda que os serviços de Urbanismo e Planeamento da câmara entendem não existir espaço público na área envolvente que cumpra as necessidades de estacionamento expectável para espectáculos que podem receber mais de 500 pessoas. Para isso, é sugerido que a área adjacente ao terminal, pertencente à APDL, seja convertida num parque de estacionamento.

As obras no interior do edifício, ainda sem data definida para arrancarem, aguardam agora parecer favorável da Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP).

Texto corrigido às 12h50 de 1 de Fevereiro: Corrige o sentido de voto do deputado do PSD, que se absteve.