Há bâtons de criança com componentes perigosos à venda. Saiba quais
A maioria dos bâtons analisados pela Deco tem componentes que, acima dos limites de segurança, podem provocar nódulos em órgãos do corpo.
Treze dos 19 batôns para criança à venda no mercado e analisados pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) têm ingredientes em quantidades acima dos limites de segurança, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.
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Treze dos 19 batôns para criança à venda no mercado e analisados pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) têm ingredientes em quantidades acima dos limites de segurança, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira.
A Deco recorda que a composição destes produtos “tem de ser controlada com rigor” e deve excluir substâncias tóxicas, lembrando que o uso de óleos minerais derivados do petróleo, apesar de permitido em cosméticos, “impõe alguma cautela quando há a possibilidade de ingestão dos produtos”, como é o caso dos batôns para criança.
Dos 19 produtos analisados, à venda em lojas de brinquedos, moda e acessórios, supermercados e perfumarias, três continham hidrocarbonetos saturados de óleos minerais (MOSH) acima dos limites de segurança:
- Miraculous Bálsamo para os Lábios (Claire's)
- Unicorn Bálsamo Labial Cotton Candy (Accessorize)
- Strawberry, Pomegranate & Aloe Vera (The Body Shop)
Três outros podem apenas ser usados por crianças a partir dos 6 anos e/ou com 22 quilos (quanto menor o peso, maior o risco), uma vez que não incluem hidrocarbonetos aromáticos de óleos minerais (MOAH) e o teor em MOSH não representa risco.
As excepções
Segundo o estudo da Deco, outros três produtos analisados não continham óleos minerais e, como tal, estavam isentos de MOSH, MOAH e de hidrocarbonetos sintéticos saturados (POSH): um batom e um bálsamo da Imaginarium e os batôns da Disney.
“Para efectuarmos esta avaliação, considerámos os resultados de estudos científicos e as recomendações de várias entidades de referência, como a Comissão Europeia, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), o observatório suíço que aprecia estas matérias e a associação europeia de fabricantes de cosméticos (Cosmetics Europe), uma vez que não estão fixados limites legais”, refere a Deco.
A associação recorda ainda que, nos produtos para usar na pele sem lesões, aqueles componentes não representam perigo, porque quase não há absorção. Contudo, no caso dos que se destinam aos lábios, “a situação é diferente”.
“Quando ingeridos, os MOAH têm potencial cancerígeno e podem causar mutações genéticas, enquanto os MOSH são suspeitos de favorecerem o aparecimento de microgranulomas (nódulos) nalguns órgãos”, destacam os autores do estudo, que já comunicaram os resultados ao Infarmed, entidade responsável pelo controlo dos cosméticos.
O panorama actual é um pouco melhor do que o dos hidratantes labiais para adultos, considera a Deco, referindo-se ao estudo realizado em 2017, quando foram testados 20 hidratantes labiais para adultos — os chamados “batôns do cieiro” — e se descobriu que 14 incluíam componentes potencialmente perigosos (MOSH, POSH e MOAH).