Há portugueses no Festival de Clermont-Ferrand
Como Fernando Pessoa Salvou Portugal, de Eugène Green, Casa de Vidro, de Filipe Martins, e Red Hill, de Laura Carreira, são os títulos em competição. Susa Monteiro está no júri internacional.
Dois filmes na selecção internacional e um terceiro na selecção francesa: há três filmes com portugueses em competição na próxima edição do Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, no centro de França, que decorre de 1 a 9 de Fevereiro. São eles Como Fernando Pessoa Salvou Portugal, de Eugène Green; Casa de Vidro, de Filipe Martins; e Red Hill, de Laura Carreira.
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Dois filmes na selecção internacional e um terceiro na selecção francesa: há três filmes com portugueses em competição na próxima edição do Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, no centro de França, que decorre de 1 a 9 de Fevereiro. São eles Como Fernando Pessoa Salvou Portugal, de Eugène Green; Casa de Vidro, de Filipe Martins; e Red Hill, de Laura Carreira.
O primeiro foi seleccionado na competição nacional francesa, por se tratar de uma co-produção da empresa deste país Noodles Productiom com a belga Les Films du Fleuve, dos irmãos Dardenne, e da portuguesa O Som e a Fúria, de Lisboa. Estreado na edição do ano passado do Curtas Vila do Conde, Como Fernando Pessoa Salvou Portugal é uma viagem ao universo pessoano, e passou já pelo circuito comercial português. Tem interpretações do próprio realizador, ao lado de Carloto Cotta, Manuel Mozos, Diogo Dória, Alexandro Pierroni Calado, Ricardo Gross e Mia Tomé.
Casa de Vidro, que está na competição internacional – e integra também a selecção portuguesa no Festival de Roterdão, a decorrer na Holanda –, é uma produção da companhia Balleteatro, um registo híbrido entre o documentário e a ficção sobre o quotidiano de um toxicodependente na cidade do Porto.
Red Hill, também no concurso internacional, é uma co-produção britânica assinada por Laura Carreira, cineasta portuguesa há anos radicada na Escócia – trata-se de uma ficção sobre um antigo mineiro e segurança à beira da reforma.
A presença portuguesa, ainda também no feminino, estende-se ao júri internacional, que entre os seus cinco membros integra Susa Monteiro (n. Beja, 1979), ilustradora e autora de BD que foi também já convidada para desenhar o cartaz do Festival de Clermont-Ferrand do próximo ano.
Nos últimos anos, Susa Monteiro ilustrou livros para adultos e crianças de autores como António Torrado, Afonso Cruz ou Susana Cardoso Ferreira. Além disso, faz ilustrações para revistas e jornais e é responsável por posters de várias entidades e projectos. O seu trabalho já foi várias vezes exposto, tanto em mostras individuais como colectivas.
Em Fevereiro do ano passado, Susa Monteiro editou Sonho, um livro ilustrado sobre o sonho de um homem que adormece numa árvore. Toda a narrativa do livro é contada por Susa Monteiro apenas pela ilustração, a convite da editora Pato Lógico para a colecção Imagens Que Contam.
Como habitualmente, a Agência da Curta-Metragem (ACM) marca também presença em Clermont-Ferrand com o seu stand destinado a promover as produções nacionais de formato curto, apresentando um catálogo que conta já quatro centenas de títulos. A assinalar o 20.º aniversário da presença no festival francês, a 3 de Fevereiro a ACM promove uma “festa portuguesa" com animação dos dj Miguel Dias e Sérgio Gomes "em formato Curtas Vila do Conde”, diz o comunicado da agência.
Também presentes na cidade francesa, no fórum de co-produção Euroconnection, vão estar Vanessa Ventura, a representar a produtora Animais; e Mónica Santos, co-autora (com Alice Guimarães) do filme Entre Sombras, recentemente nomeado para os Césares do cinema francês na categoria de melhor curta-metragem de animação.