Greve dos guardas prisionais adia audição de Vara na Operação Marquês
Diligência estava prevista para esta terça-feira, mas não se vai realizar. Juiz ainda não marcou nova data
O ex-ministro socialista Armando Vara afinal não vai ser ouvido esta terça-feira no âmbito da instrução da Operação Marquês. A audição foi adiada devido a uma greve dos guardas prisionais, confirmou ao PÚBLICO fonte do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), onde decorre esta fase do processo que visa determinar se o caso segue ou não para julgamento. Ainda não há uma nova data para a audição.
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O ex-ministro socialista Armando Vara afinal não vai ser ouvido esta terça-feira no âmbito da instrução da Operação Marquês. A audição foi adiada devido a uma greve dos guardas prisionais, confirmou ao PÚBLICO fonte do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), onde decorre esta fase do processo que visa determinar se o caso segue ou não para julgamento. Ainda não há uma nova data para a audição.
Armando Vara está actualmente no Estabelecimento Prisional de Évora, onde cumpre uma pena de prisão de cinco anos no âmbito do processo Face Oculta.
Um funcionário do TCIC explicou ao PÚBLICO que, no final da semana passada, a directora da cadeia de Évora enviou uma comunicação ao juiz Ivo Rosa dando-lhe conta que estava prevista uma greve dos guardas prisionais para o dia em que estava agendada a audição de Vara e que os serviços mínimos determinados só abarcavam os actos urgentes. Num despacho datado da sexta-feira passada, o juiz considerou que a diligência não revestia esse carácter urgente e podia realizar-se noutra data, ainda não marcada, acrescentou o funcionário.
A audição do ex-ministro socialista foi pedida pela sua filha mais velha, acusada de dois crimes de branqueamento de capitais na Operação Marquês. Bárbara Vara será interrogada esta segunda-feira à tarde no pontapé de saída da instrução deste caso, a única diligência marcada no arranque das sessões no TCIC, em Lisboa. A audição de Bárbara Vara foi pedida pela sua defesa, que vai tentar demonstrar que a jovem se limitou a confiar no pai, como argumenta no respectivo requerimento de abertura de instrução.
A defesa da filha de Vara insiste que a jovem se limitou a ser beneficiária de uma conta, na Suíça, em nome de uma sociedade offshore, controlada pelo pai, para onde foi transferido um milhão de euros. Segundo a acusação, este montante é a contrapartida recebida pelo antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos para favorecer o empreendimento de Vale de Lobo, no Algarve, nas condições de um empréstimo de perto de 200 milhões de euros, concedido por aquele banco.
Os advogados de Bárbara Vara lembram que, quando foi interrogado, em Setembro de 2017, Armando Vara garantiu que a filha se limitava a executar as suas instruções sem as questionar. Por isso, chamaram o pai da cliente a depor de viva voz, o que foi aceite pelo juiz Ivo Rosa.