Jerónimo de Sousa critica "máscara de hipocrisia" de PSD e CDS
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou a abordagem do PSD e do CDS nos casos da saúde e dos CTT.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou este sábado o PSD e CDS-PP de usarem uma "máscara da hipocrisia" quando abordam diversos problemas do país, como é o caso da saúde e dos CTT.
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou este sábado o PSD e CDS-PP de usarem uma "máscara da hipocrisia" quando abordam diversos problemas do país, como é o caso da saúde e dos CTT.
"Temo-los visto a afivelar, sem o mínimo decoro, a máscara da hipocrisia, rasgando as vestes da falsa indignação em relação aos mais diversos problemas do país. Quem os ouve até parecem uns santos", afirmou Jerónimo de Sousa, que falava durante uma intervenção num jantar regional em Lamarosa, Coimbra.
Para Jerónimo de Sousa, nos últimos tempos, tem-se assistido "a uma frenética e escandalosa operação de retoque e limpeza de fachada da parte dos partidos da coligação PSD/CDS derrotados em 2015".
Para isso, o secretário-geral do PCP apontou para dois casos muito concretos: saúde e CTT.
No sector da saúde, o dirigente comunista recordou que estes dois partidos afirmam "que o Estado falhou em toda a linha" e que se mostram "muito solidários com os profissionais de saúde na luta".
No entanto, foram esses mesmos dois partidos, vincou, que foram "os grandes responsáveis por uma redução da despesa pública em saúde relativamente ao PIB de 9,9% em 2010, para 9% em 2015" e que reduziram as remunerações dos profissionais de saúde no sector público "em mais de 2.500 milhões de euros".
"Fizeram o mal e agora fazem a caramunha", notou.
Também no caso dos CTT, Jerónimo de Sousa considerou que "a duplicidade e o fingimento [destes partidos] é tal, que até o fecho de estações de correios - resultado da trágica privatização dos CTT - é pretexto para lavagens de responsabilidade".
"Perante o desastre do fecho de dezenas de estações de correios em 2018 e o seu previsível desaparecimento em 48 municípios do país, ei-los a fazerem intempestivas declarações de amor ao serviço público postal e universal", protestou.
Jerónimo de Sousa referiu que "basta de demagogia".
"Estão a chorar aí lágrimas de crocodilo? Porque é que privatizaram os CTT? Estão sempre a encher a boca com o combate às assimetrias, às regiões do interior. Ora aqui está: estão a fechar estações em 30 e tal concelhos com o risco de chegar aos 48. Depois vêm com um ar desgraçado, choroso, a dizer vejam lá o que estão a fazer aos correios", observou o líder do PCP, num jantar que contou também com a intervenção do primeiro candidato da lista da CDU às eleições do Parlamento Europeu.
"Do PSD e CDS, só há a esperar retrocesso social e económico, liquidação de direitos, saque de salários e rendimentos, e da parte do PS o que se sabe poder contar é com as mesmas opções que têm impedindo a resposta plena aos problemas", disse.
Durante a sua intervenção, Jerónimo de Sousa frisou ainda que os avanços conseguidos nesta legislatura foram alcançados pela "simples e objectiva" razão de que o Governo minoritário do PS não teve "as mãos completamente livres para impor a sua vontade".