Adivinhem quem é a número um? Naomi Osaka
A tenista japonesa conquistou, pela primeira vez, o Open da Austrália, o primeiro torneio do Grand Slam da temporada.
Com oito campeãs diferentes em outros tantos torneios do Grand Slam realizados em 2017 e 2018, poucos esperavam que o Open da Austrália coroasse como melhor tenista do momento a mais jovem e a vencedora do derradeiro major da época passada. Mas Naomi Osaka confirmou que o triunfo no Open dos EUA não surgiu por acaso e, cinco meses depois, conquistou um título que não deixa dúvidas. O Australia Day – em que se comemora a fundação do país – foi o dia da confirmação da japonesa de 21 anos, que sai de Melbourne como número um do ranking mundial.
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Com oito campeãs diferentes em outros tantos torneios do Grand Slam realizados em 2017 e 2018, poucos esperavam que o Open da Austrália coroasse como melhor tenista do momento a mais jovem e a vencedora do derradeiro major da época passada. Mas Naomi Osaka confirmou que o triunfo no Open dos EUA não surgiu por acaso e, cinco meses depois, conquistou um título que não deixa dúvidas. O Australia Day – em que se comemora a fundação do país – foi o dia da confirmação da japonesa de 21 anos, que sai de Melbourne como número um do ranking mundial.
“Ainda não me compenetrei. Talvez quando disser à minha irmã ‘Adivinha quem é a número um? Eu’. Por agora, só estou contente por ter ganho este troféu”, brincou Osaka, após vencer Petra Kvitova, por 7-6 (7/2), 5-7 e 6-4. O seu 60.º encontro consecutivo ganho pela japonesa, depois de vencer o set inicial.
Osaka soube abordar este Open de uma forma diferente. Em Nova Iorque, ninguém lhe deu favoritismo, mesmo vencendo os encontros sem grande dificuldade – apenas um set cedido, na quarta ronda –, nem mesmo, quando surgiu na final para defrontar a sua ídolo; em Melbourne, encarou ponto a ponto, jogo a jogo, encontro a encontro, e venceu três eliminatórias difíceis, em três sets.
A primeira posição do ranking ocupada por Simona Halep, o regresso de Serena, a boa forma de Karolina Pliskova e Kvitova, além da presença de mais três campeãs do Grand Slam, afastavam as atenções de Osaka. E mesmo no derradeiro dia, e embora tenha mostrado estar a jogar um ténis de grande nível, poucos acreditaram que vencesse a mais experiente Kvitova.
Esse ponto de interrogação ganhou ainda mais relevo quando Osaka liderou por 7-6, 5-3, (0-40) e desperdiçou três match-points. Mais: só ganhou mais quatro pontos nesse set e cedeu quatro jogos consecutivos, o que a deixou à beira das lágrimas.
Uma ida à casa de banho bastou para Osaka recompor-se e voltar a exibir um ténis sólido e agressivo. “Tentei dizer a mim própria que não havia nada a fazer, mas temos sempre dúvidas. Tentei focar-me nas coisas que posso controlar. Sei que estou a defrontar as melhores do mundo e não posso esperar que seja fácil”, contou mais tarde.
No início, Kvitova até foi a mais perigosa nos jogos de resposta, mas não concretizou nenhum dos cinco break-points de que dispôs, incluindo três consecutivos, a 3-3 (0-40). A checa viria a ceder à pressão do marcador e, a 5-6, salvou dois set-points, levando a decisão para o tie-break. Mas não evitou a mudança de ascendente. Osaka começou melhor o jogo decisivo e distanciou-se para 5/1, antes de fechar.
À sétima oportunidade, Kvitova conseguiu quebrar o serviço da adversária, mas não aproveitou três pontos para 3-0, cedeu o contra-break e não conseguiu retomar o ascendente. Só por momentos, quando sobreviveu aos três match-points e ganhou quatro jogos consecutivos para ganhar o segundo set é que se viu a melhor Kvitova. Só que a experiente checa não soube manter o nível na partida decisiva e só por breves minutos, quando, a 2-4, recuperou de 0-40 e evitou um segundo break, se reviu a bicampeã de Wimbledon (2011 e 2014).
Depois de um discurso durante a entrega de prémios em que reconheceu, com a voz embargada, a emoção de estar novamente numa final de um Grand Slam – após o ataque de que foi alvo, em Dezembro de 2016, e que colocou a carreira em risco –, Kvitova reconheceu que foi uma derrota dolorosa. “Tive as minhas oportunidades no primeiro set. Passei por muitas coisas, nada boas. Não sabia se ia poder pegar novamente na raqueta, mas consegui e isso é bom”, afirmou a checa, autora de 33 winners, mas também 39 erros não forçados.
Osaka somou o mesmo número de winners, mas fez a diferença no set decisivo, onde foi a mais agressiva e perdeu somente sete pontos nos jogos de serviço. “No ano passado, perdi nos quartos-de-final; este ano, estava na final, então, só quis sentir-me feliz por isso e, apenas, não ter nada de que me viesse a arrepender”, explicou a primeira tenista desde 2001 a ganhar um major logo após conquistar o primeiro título do Grand Slam – nesse ano, Jennifer Capriati triunfou na Austrália e Roland Garros.
Há um ano, Osaka chegou a Melbourne no 72.º lugar; agora, detém dois títulos do Grand Slam. Pelo meio colocou em campo os resultados do trabalho com Sasha Bajin, o treinador que contratou no final de 2017. “Escolhi trabalhar com ele pelo seu optimismo. Também me disse para ser mais consistente com a minha direita”, revelou a japonesa. Na segunda-feira, o ranking vai reflectir os seus enormes progressos das últimas 52 semanas.