Costa elogia Pacheco Pereira e considera Quadratura do Círculo essencial para democracia

"Não há democracia sem debate político. E o debate político, para dar vida à democracia, tem de ser inteligente e com qualidade. A Quadratura do Círculo é seguramente o espaço mais inteligente”, elogiou ainda o primeiro-ministro.

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Pacheco Pereira e António Costa em 2009 DANIEL ROCHA/ARQUIVO

O primeiro-ministro elogiou nesta quinta-feira a qualidade "notável" do trabalho desenvolvido pelo antigo dirigente social-democrata José Pacheco Pereira no campo da história contemporânea de Portugal, destacando em especial a biografia do líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal. O primeiro-ministro disse ainda que o programa Quadratura do Círculo – de que faz parte Pacheco Pereira e que foi emitido nesta quarta-feira pela última vez na SIC-Notícias –, é essencial para o debate democrático, destacando-se ao longo dos anos pela qualidade e inteligência da discussão.

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O primeiro-ministro elogiou nesta quinta-feira a qualidade "notável" do trabalho desenvolvido pelo antigo dirigente social-democrata José Pacheco Pereira no campo da história contemporânea de Portugal, destacando em especial a biografia do líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal. O primeiro-ministro disse ainda que o programa Quadratura do Círculo – de que faz parte Pacheco Pereira e que foi emitido nesta quarta-feira pela última vez na SIC-Notícias –, é essencial para o debate democrático, destacando-se ao longo dos anos pela qualidade e inteligência da discussão.

António Costa falava no final de uma visita ao espaço "Ephemera", Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira, na antiga zona industrial do Barreiro, numa iniciativa que contou também com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Numa visita sempre acompanhada pelo presidente da Câmara do Barreiro, o socialista Frederico Rosa, o líder do executivo ouviu Pacheco Pereira explicar-lhe que a "Ephemera" é uma associação cultural sem fins lucrativos, com 150 voluntários dedicados à preservação de elementos diversos que caracterizam ou simbolizam uma determinada época histórica, sobretudo no plano nacional.

"Temos pontos de recolha em todo o país para a salvação da memória", disse Pacheco Pereira em pleno armazém do "Ephemera", onde, por exemplo, estão guardados centenas de cartazes de partidos políticos do pós-25 de Abril de 1974, assim como largos milhares de materiais diversos de propaganda política.

António Costa disse que conheceu Pacheco Pereira (que é também cronista do PÚBLICO) na Assembleia da República, mas que a sua amizade se desenvolveu já quando os dois participaram no programa Quadratura do Círculo da SIC-Notícias. "Quero aqui salientar a elevada qualidade do Pacheco Pereira como historiador, com um trabalho do qual destaco a notável biografia que escreveu sobre Álvaro Cunhal", comentou o primeiro-ministro.

António Costa referiu ainda "o gosto ilimitado" de Pacheco Pereira pela preservação da memória, com "uma capacidade militante para recolher tudo, sejam documentos clandestinos, sejam objectos de campanhas autárquicas".

"Este trabalho de preservação da memória histórica da ditadura em Portugal, da revolução, da consolidação da nossa democracia e da integração europeia – este fio condutor – é de uma enorme importância", acrescentou o primeiro-ministro.

Pacheco Pereira agradeceu as palavras de António Costa e deixou uma nota de humor: "Está em sua casa senhor primeiro-ministro, embora haja aqui algumas memórias complicadas para o seu partido, como aquele cartaz a dizer PS partido marxista". Mais a sério, acrescentou: "Tentamos salvar a memória colectiva sem pesar no erário público".

Quadratura do Círculo é essencial para debate democrático, diz Costa

Falando na presença do antigo dirigente social-democrata Pacheco Pereira, do antigo ministro socialista Jorge Coelho e do jornalista Carlos Andrade – três dos quatro elementos deste programa de debate político (o outro é o antigo dirigente do CDS António Lobo Xavier) –, o primeiro-ministro recordou que também ele foi participante neste programa semanal, até começar a desempenhar as funções de secretário-geral do PS a partir de Setembro de 2014.

"Este é um programa que começou na rádio, ainda intitulado Flash Back, com José Magalhães (PS) e Nogueira de Brito (CDS) e que se reinventou no espaço televisivo", observou o líder do executivo.

Sem nomear qualquer canal de televisão, o primeiro-ministro observou depois que "é muito bom saber que, mesmo quando uma televisão entende que pode prescindir de um programa com a qualidade da Quadratura do Círculo, há outra televisão que percebe que dar-lhe continuidade é muito importante para a qualidade da nossa democracia". O programa mudou-se para a TVI 24

"Não há democracia sem debate político. E o debate político, para dar vida à democracia, tem de ser inteligente e com qualidade. A Quadratura do Círculo – não falo do tempo em que lá estive para não ser suspeito – é seguramente o espaço mais inteligente, mais competente e de maior qualidade de debate que existe em Portugal", acrescentou.

Sobre a sua presença neste programa, António Costa considerou que aquilo que mais o marcou "foi a relação pessoal que se estabeleceu" entre os diferentes participantes nesse espaço de debate, "sem prejuízo das diferenças que havia em termos de pensamento". "Mas é isso que enriquece o programa", acrescentou.