Nove mortos e 300 desaparecidos após colapso de barragem em Minas Gerais
Trabalhadores foram levados por "mar de lama". Hipóteses de encontrar sobreviventes “são mínimas”, diz governador.
Um conjunto de três barragens rebentou nesta sexta-feira em Brumadinho, em Belo Horizonte, no estado brasileiro de Minas Gerais. As imagens aéreas, partilhadas pela Globo, mostram um "mar de lama" e casas destruídas na região do Córrego do Feijão. Há nove mortos confirmados e quase 300 desaparecidos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um conjunto de três barragens rebentou nesta sexta-feira em Brumadinho, em Belo Horizonte, no estado brasileiro de Minas Gerais. As imagens aéreas, partilhadas pela Globo, mostram um "mar de lama" e casas destruídas na região do Córrego do Feijão. Há nove mortos confirmados e quase 300 desaparecidos.
Entre as 189 pessoas resgatadas, nove foram retiradas da lama e cerca de uma centena estava em pequenas "ilhas".
O governador de Minas Gerais disse que as hipóteses de encontrar sobreviventes “são mínimas”.
De acordo com as forças de segurança, o colapso inicial levou a que duas outras barragens também não resistissem, aumentando a força destruidora das lamas. Todas pertencem à empresa de mineração Vale.
A empresa fez saber que a lama atingiu a “área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco”. A prioridade, diz um comunicado, é “preservar e proteger a vida de empregados e da comunidade”.
Em declarações à Globo, Fabio Schvarstman, o presidente da empresa, disse desconhecer ainda a extensão e as causas da tragédia. Citado pela Reuters, o presidente da Vale explicou que os desaparecidos estavam no refeitório a almoçar, quando as lamas soterraram o edifício.
Cerca de duas mil habitações ficaram sem energia na região e a empresa de abastecimento de água em Minas Gerais parou a captação no rio Paraopeba. Apesar da interrupção, o abastecimento foi garantido através de outras fontes.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou que visita a zona da tragédia domingo. "Existem dois gabinetes de crise, um deles na região, para vermos as medidas que conseguiremos adoptar em busca de uma solução", disse Bolsonaro.
Em 2015, o colapso da barragem de Fundão fez 19 mortos em Bento Rodrigues, também em Minas Gerais. Foi considerada a maior catástrofe ambiental do país.
Marina Silva, ex-ministra do Ambiente e candidata nas presidenciais de 2018, criticou, no Twitter, a forma como as empresas privadas exploram as minas, afirmando que cometeram os mesmos erros que levaram à catástrofe de 2015.