Pombos portugueses sagram-se campeões olímpicos

Portugal sagrou-se campeão olímpico de columbofilia na categoria de velocidade em Poznan, na Polónia, onde está a decorrer a 36ª Olimpíada Columbófila.

Foto

Portugal sagrou-se campeão olímpico de columbofilia, na categoria velocidade, em Poznan, na Polónia. Entre outras classificações honrosas, a comitiva portuguesa obteve ainda o 6.º lugar na categoria de fundo. O vencedor da medalha de ouro deste ano pertence à Associação Columbófila do distrito de Lisboa. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Portugal sagrou-se campeão olímpico de columbofilia, na categoria velocidade, em Poznan, na Polónia. Entre outras classificações honrosas, a comitiva portuguesa obteve ainda o 6.º lugar na categoria de fundo. O vencedor da medalha de ouro deste ano pertence à Associação Columbófila do distrito de Lisboa. 

Os 30 pombos portugueses chegaram a Poznan esta quarta-feira. As classificações finais foram anunciadas esta quinta-feira e a cerimónia de entrega de prémios vai decorrer no sábado. A parte desportiva da competição está fechada e neste momento os pombos dos países participantes estão em exposição ao público. 

Joaquim Lopes, director de serviços da Federação Portuguesa de Columbofilia (FPC), conta ao PÚBLICO que existem outras categorias onde Portugal ficou entre os 10 e os vinte classificados — "o que continuam a ser classificações muito interessantes", refere. 

Holanda recebe a competição em 2023

Paralelamente à componente desportiva do evento, realizou-se durante a tarde desta sexta-feira o Conselho Geral da Federação Columbófila Internacional, que reuniu representantes de cerca de 70 países. Portugal elegeu para a federação um vice-presidente, enquanto o presidente da FPC, José Luís Jacinto, integra agora a comissão de auditoria.

Durante a tarde desta sexta-feira foi também escolhido o país que organizará a 38ª Olimpíada da Columbófila de 2023: a Holanda, que reuniu 14 votos contra os 12 de Portugal, cinco da China e três para o Reino Unido. A 37ª grande competição acontecerá em 2021 na Roménia.

Apesar de garantir que a candidatura portuguesa era "interessante", Joaquim Lopes reconheceu que tinham "oponentes de peso" e afirmou que perder por dois votos foi como "morrer na praia". 

Portugal, no entanto, realiza o campeonato da Europa há 17 anos consecutivos. "Também já organizamos campeonatos do mundo, só faltam mesmo as olimpíadas", disse o responsável luso. 

A matemática das provas

Nestas olimpíadas, existem dois tipos de classificação: sport e standard. Na primeira, incluem-se oito categorias de acordo com a distância percorrida, entre as quais a velocidade (desde os 100 aos 400 quilómetros), meio-fundo (dos 300 aos 600 quilómetros), fundo (mais de 500 quilómetros), maratona (mais de 700 quilómetros) e a absoluta, uma categoria mais geral que tem em conta os outros resultados.

"Estes pombos são apenas classificados pelos resultados desportivos obtidos ao longo de um ou dois anos nas respectivas provas e conforme a categoria. Assim sendo, não existe outro elemento de avaliação sem ser os resultados desportivos", refere Joaquim Lopes, que acrescenta que um pombo só pode concorrer numa só categoria uma vez que cada uma tem parâmetros e exigências diferentes.

Já na classe standard, os pombos-correio (divididos entre machos e fêmeas) necessitam de percorrer mínimos olímpicos, ou seja, uma determinada quantidade de quilómetros. No entanto, estes são factores apenas lhes permitem a entrada para serem avaliados pela sua morfologia, esqueleto, plumagem e beleza, de acordo com um "padrão ideal de pombo-correio", explica Lopes.

Ao PÚBLICO, Lopes explica como é possível reunir no mesmo pombal e na mesma competição centenas de pombos de todos os continentes, uma vez que as aves estão treinadas para regressar ao pombal onde foram criados.

"Logo que acaba o desmame dos pais, os pombos são enviados por avião ou carro para um Columbódromo, que aloja milhares de pombos. Aí ficam ao cuidado do mesmo tratador, vistos pelo mesmo médico veterinário e fazem o mesmo treino para que sejam educados em igualdade. Ao fim de quatro meses, são soltos a uma distância que vai dos 350 aos 400 quilómetros e vêm todos parar ao mesmo pombal. É assim que se organiza um campeonato do mundo ou da Europa e até mesmo as Olimpíadas".