Voto grego sobre novo nome da Macedónia adiado para sexta-feira

Número elevado de deputados que queriam usar da palavra impediu que acordo fosse votado esta quinta-feira. Polícia tenta dispersar manifestantes na Praça Syntagma.

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Manifestantes juntaram-se ao longo do dia na Praça Syntagma Reuters/COSTAS BALTAS

O parlamento grego adiou, esta quinta-feira, a votação sobre o acordo para o novo nome da Macedónia. “Há um número recorde de deputados que querem falar”, afirmou o porta-voz do parlamento grego, Nikos Voutsis, anunciando que a votação terá lugar na manhã de sexta-feira. Será votado o acordo que decidirá se a antiga república jugoslava da Macedónia se passará a chamar "República da Macedónia do Norte". O compromisso foi acordado entre o governo helénico e o congénere macedónio. Na Macedónia, o referendo pela mudança de nome saiu vitorioso mas, na Grécia, grande parte da sociedade rejeita que o país vizinho use o étimo “Macedónia” na designação oficial, uma questão controversa que se prolonga há 27 anos. A decisão não foi tomada com agrado, com milhares de manifestantes a apelidar os deputados de "traidores".

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O parlamento grego adiou, esta quinta-feira, a votação sobre o acordo para o novo nome da Macedónia. “Há um número recorde de deputados que querem falar”, afirmou o porta-voz do parlamento grego, Nikos Voutsis, anunciando que a votação terá lugar na manhã de sexta-feira. Será votado o acordo que decidirá se a antiga república jugoslava da Macedónia se passará a chamar "República da Macedónia do Norte". O compromisso foi acordado entre o governo helénico e o congénere macedónio. Na Macedónia, o referendo pela mudança de nome saiu vitorioso mas, na Grécia, grande parte da sociedade rejeita que o país vizinho use o étimo “Macedónia” na designação oficial, uma questão controversa que se prolonga há 27 anos. A decisão não foi tomada com agrado, com milhares de manifestantes a apelidar os deputados de "traidores".

Das três centenas de deputados com assento no parlamento helénico, 230 pediram a palavra que, no mínimo, se estende a seis minutos por pessoa. Ao longo do dia, foram-se concentrando alguns milhares de manifestantes na Praça Syntagma, onde fica localizado o parlamento grego. À semelhança do que aconteceu no passado domingo, os manifestantes — que se opõem à aprovação do acordo — arremessaram pedras contra a polícia que, em resposta, recorreu a granadas de gás lacrimogéneo.

A escala dos protestos desta quinta-feira, porém, não pode ser equiparada à de domingo, onde mais de 60 mil gregos se manifestaram na capital, Atenas, e em Salónica, segunda maior cidade do país, localizada na região norte da Grécia, chamada Macedónia. Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, tem uma pequena maioria no parlamento que deverá passar o acordo. Panos Kammenos, ministro da Defesa, apresentou a demissão no início de Janeiro, discordando da posição do Governo grego. A saída do líder do partido Gregos Independentes, parceiro de coligação do Syriza, abriu uma crise política no país dos Balcãs. 

É, em parte, devido à região com o mesmo nome no norte do país que os cidadãos helénicos se opõem de forma tão veemente à inclusão do étimo “Macedónia” no país vizinho. Os sectores mais nacionalistas da sociedade grega acreditam tratar-se de uma apropriação errada do legado histórico do Império da Macedónia de Alexandre, o Grande — cuja estátua é motivo de orgulho na cidade de Salónica. Por outro lado, os gregos que se opõem ao acordo temem que a utilização do termo possa levar a futuras reivindicações territoriais, especialmente da região grega com o mesmo nome.

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No domingo, protestos acabaram em violência entre manifestantes e polícia ALKIS KONSTANTINIDIS / REUTERS

Esta questão remonta a 1991, ano em que a Macedónia declarou a independência da Jugoslávia. Antiga República Jugoslava da Macedónia passou a ser o desígnio oficial do país que, devido ao nome, gerou oposição na Grécia.