EUA não aceitam ordem de expulsão dos diplomatas ordenada por Maduro
Secretário de Estado norte-americano diz que Maduro não tem autoridade legal para quebrar relações diplomáticas. O diálogo com a Venezuela passa por Juan Guaidó, que os EUA reconhecem como Presidente interino.
Os Estados Unidos anunciaram que não reconhecem a autoridade de Nicolás Maduro para ordenar o corte de relações diplomáticas com Washington. Em comunicado, o Departamento de Defesa norte-americano diz que todas as questões relacionadas com a Venezuela são tratadas com Juan Guaidó.
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Os Estados Unidos anunciaram que não reconhecem a autoridade de Nicolás Maduro para ordenar o corte de relações diplomáticas com Washington. Em comunicado, o Departamento de Defesa norte-americano diz que todas as questões relacionadas com a Venezuela são tratadas com Juan Guaidó.
"Os Estados Unidos apoiam o Presidente interino, Juan Guaidó, a Assembleia Nacional, eleita democraticamente, e o povo da Venezuela no caminho para restaurar a ordem constitucional no seu país", diz o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Maduro anunciou na quarta-feira o corte de relações diplomáticas com os Estados Unidos e deu 72 horas para que todos os representantes norte-americanos saiam do país.
A decisão de Maduro foi anunciada depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter reconhecido Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, também na quarta-feira.
Mas Washington recusa-se a cumprir as determinações de Caracas: "Os Estados Unidos mantêm relações diplomáticas com a Venezuela e vão canalizar essas relações através do Governo do Presidente interino Guaidó, que convidou a nossa missão a permanecer na Venezuela", acrescentou Pompeo.
No mesmo comunicado, o secretário de Estado norte-americano diz que os Estados Unidos "não reconhecem o regime de Maduro como Governo da Venezuela. Por isso, os Estados Unidos consideram que o antigo Presidente Nicolás Maduro não tem autoridade legal para quebrar as relações diplomáticas".
Juan Guaidó é o presidente da Assembleia Nacional – o Parlamento venezuelano, com maioria da oposição a Maduro, que foi esvaziado de poderes pelo Supremo Tribunal da Venezuela.
No dia 11 de Janeiro, Guaidó foi apoiado na Assembleia Nacional como Presidente interino, chamando "usurpador" a Nicolás Maduro. Essa declaração foi feita um dia depois da tomada de posse de Maduro para mais um mandato de seis anos, na sequência de umas eleições boicotadas pela maioria da oposição e consideradas fraudulentas por muitos países da região e do resto do mundo.
O reconhecimento internacional de Juan Guaidó como Presidente interino foi reforçado na quarta-feira, com a declaração do Presidente norte-americano, a que se seguiram outros chefes de Estado.