Detido em Angola um dos suspeitos do ataque à academia de Alcochete

Detenção ocorreu na sequência de um mandado de detenção internacional.

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Suspeito do ataque a Alcochete foi detido em Angola LUSA/RUI MINDERICO

Um dos suspeitos do ataque à academia do Sporting, em Alcochete, em Maio de 2018, foi detido em Angola, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte judicial, acrescentando tratar-se do 'braço direito' do líder da claque Juventude Leonina.

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Um dos suspeitos do ataque à academia do Sporting, em Alcochete, em Maio de 2018, foi detido em Angola, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte judicial, acrescentando tratar-se do 'braço direito' do líder da claque Juventude Leonina.

Segundo a mesma fonte, Alano Silva, considerado um elemento "muito próximo" do líder da Juventude Leonina, Nuno Mendes, conhecido como "Mustafá", terá viajado para Angola logo após a operação da GNR que culminou com a detenção do primeiro grupo de 23 suspeitos.

A detenção ocorreu na sequência de um mandado de detenção internacional emitido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, mas, segundo explicou a mesma fonte, como este suspeito tem nacionalidade angolana, é "quase certo" que não seja extraditado para Portugal, ainda que possa vir a ser julgado em Angola pelo ataque à academia de Alcochete.

Em Janeiro deste ano, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Barreiro declarou a especial complexidade do processo da invasão à academia do Sporting, em Alcochete, pedida pelo Ministério Público, o que, consequentemente, dilatou o prazo de prisão preventiva dos arguidos.

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Jogadores foram agredidos na Academia de Alcochete MÁRIO CRUZ / LUSA

Esta decisão teve como consequência directa o alargamento do prazo (até 21 de Setembro deste ano) para que o TIC do Barreiro profira a decisão instrutória (se o processo segue para julgamento), sem que 23 dos arguidos sejam postos em liberdade.

Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa "leonina", ocorridas a 15 de Maio de 2018, ficaram sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de Maio.

Em 15 de Novembro, exactamente seis meses após o ataque à academia do Sporting, em Alcochete, a procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, deduziu acusação contra 44 arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e "Mustafá".

Dos 44 arguidos do processo, 38 mantêm-se sujeitos à medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva. Os restantes seis arguidos, incluindo o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da Juventude Leonina, encontram-se em liberdade, sendo que estes dois últimos estão obrigados a apresentações diárias às autoridades.

A procuradora do MP não recorreu da medida de coação aplicada a Bruno de Carvalho, mas apresentou recurso quanto à de Nuno Mendes, não havendo ainda decisão.

O antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do ataque, tal como Bruno de Carvalho e "Mustafá".

Aos arguidos, que participaram directamente no ataque, o MP imputa-lhes a co-autoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.

Bruno de Carvalho, "Mustafá" e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da Juventude Leonina está também acusado de um crime de tráfico de droga.