Portugal entre os países em que as prestações sociais mais pesam
Novo relatório da OCDE indica que “Itália, Polónia e Portugal canalizam mais de 70% das despesas sociais para as prestações sociais”, como pensões.
As despesas com prestações sociais e serviços sociais e de saúde têm em Portugal um peso no PIB maior do que a média dos 36 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). O país destaca-se pela porção que canaliza para prestações sociais, em particular pensões.
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As despesas com prestações sociais e serviços sociais e de saúde têm em Portugal um peso no PIB maior do que a média dos 36 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). O país destaca-se pela porção que canaliza para prestações sociais, em particular pensões.
De acordo com o relatório publicado esta quarta-feira por aquela organização internacional, a França lidera a tabela, com a maior fatia de despesa pública nesta área (acima de 30% do PIB). A Áustria, a Finlândia, a Bélgica, a Dinamarca, a Alemanha, a Itália e a Suécia também atribuem um quarto do PIB ou mais.
No outro extremo, o México, o Chile, a Coreia do Sul, a Turquia, a rondar os 10% ou abaixo. Portugal ficou-se pelos 22,6% em 2018, acima da média estimada para o total de países da OCDE, fixada em 20%.
Este conjunto de países gasta mais com prestações sociais (12%) do que com serviços sociais ou de saúde (8%). “Itália, Polónia e Portugal canalizam mais de 70% e a Grécia mais de 80% das despesas sociais para as prestações sociais”, refere o documento, como subsídios de desemprego, de apoio à família, de alívio da pobreza, mas, sobretudo, vários tipos de pensões.
O pequeno relatório chama a atenção para o facto de a recuperação económica já ter conduzido a uma queda da despesa com as várias prestações de desemprego. Na prática, “caírem de 1% do PIB em média em 2010 para 0,7% do PIB, em 2015”. E isso nota-se, de forma mais acentuada, na Bélgica, na Alemanha, na Islândia, na Irlanda, na Espanha e nos Estados Unidos.
Pelo contrário, a despesa pública com serviços sociais, como lares de idosos ou centros ocupacionais para pessoas com deficiência, tem aumentado continuamente. E isso não será alheio ao envelhecimento da população.