Greve dos enfermeiros com adesão de 55% a 60% na região Centro
Para o Governo "trabalhar numa secretária, com todo o respeito, é o mesmo que prestar cuidados de enfermagem e não é". Por isso, diz sindicato, "lutamos pela reforma mais cedo".
A greve dos enfermeiros nos hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Centro regista uma adesão entre os 55 a 60%, disse o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
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A greve dos enfermeiros nos hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Centro regista uma adesão entre os 55 a 60%, disse o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Em Coimbra, José Carlos Martins disse que esta é uma greve para "fazer ver ao ministério e ao Governo que os enfermeiros não estão satisfeitos, estão amplamente descontentes pelo facto de a tutela não dar resposta à contagem dos pontos, à contratação de mais enfermeiros, à valorização e dignificação da profissão e às questões da aposentação".
Numa conferência de imprensa à porta do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o dirigente salientou que, entre os mais de 2000 enfermeiros daquela estrutura, existem profissionais com "63, 64 e 65 anos, com mais de 40 anos de trabalho a turnos, que já vêem mal ao longe e ao perto, com várias hérnias discais e lombalgias de esforço decorrentes de posicionar tantos doentes, tudo isto porque não se podem aposentar mais cedo".
Para o Governo, referiu o sindicalista, "trabalhar numa secretária, com todo o respeito, é o mesmo que prestar cuidados de enfermagem e não é". Por isso, explicou, "lutamos pela reforma mais cedo".
Mais negociações
Além disso, criticou José Carlos Martins, há enfermeiros "que foram promovidos a graduados, especialistas e chefes após Agosto de 2005 e agora ficam a ganhar menos do que os colegas mais jovens na profissão".
O presidente do SEP disse ainda que existem enfermeiros reposicionados nos 1200 euros "altamente penalizados em termos de progressão" porque a tutela não conta o seu percurso profissional.
Apesar de o ministério ter encerrado as negociações no dia 17, o sindicato aguarda pela negociação suplementar que vai ocorrer a partir de segunda-feira para que o ministério "repare todas estas situações".
A greve de quatro dias convocada pelo SEP, que teve início na terça-feira, visa também protestar contra o encerramento do processo negocial sobre a carreira.
A greve geral decorrerá até sexta-feira e será feita por regiões de saúde, em protesto contra o encerramento do processo negocial sobre a carreira.
Hoje, a greve decorre nos hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Centro, na quinta-feira na ARS do Norte e na sexta nas regiões do Algarve, Alentejo e Açores.