Os 50 anos da morte de António Sérgio vão ser lembrados em Lisboa
Duas exposições a inaugurar esta quinta-feira recordam a acção do político e ensaísta português que integrou a Seara Nova e se destacou na oposição ao Estado Novo.
O cinquentenário da morte do ensaísta António Sérgio (Damão, 1883 – Lisboa, 1969), intelectual e político português que integrou com Raul Proença e Jaime Cortesão a direcção da revista Seara Nova, será assinalado esta quinta-feira em Lisboa com a inauguração de duas exposições.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O cinquentenário da morte do ensaísta António Sérgio (Damão, 1883 – Lisboa, 1969), intelectual e político português que integrou com Raul Proença e Jaime Cortesão a direcção da revista Seara Nova, será assinalado esta quinta-feira em Lisboa com a inauguração de duas exposições.
António Sérgio, um homem que pensou Portugal é o título da exposição que ficará patente na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). Privilegia a sua faceta de autor, pensador e historiador que problematizou a questão socioeconómica portuguesa, com especial incidência nas políticas de transporte e nas estratégias de fixação da riqueza. Após a inauguração, marcada para as 17h, haverá uma conferência de Guilherme d'Oliveira Martins, António Sérgio – Vida e Obra, e António Victorino d'Almeida interpretará ao piano uma Obra de homenagem a António Sérgio.
Estão ainda previstas a apresentação do livro António Sérgio. Breves Percurso e Herança, de João Salazar Leite, e a entrega do Prémio António Sérgio, em diferentes categorias.
Outra exposição, Sérgio'19, que destaca a faceta política do autor, será inaugurada na Assembleia da República, às 18h, contando com a presença, entre outras personalidades, do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva.
Segundo o site da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), que coordena as iniciativas, esta exposição exibirá "dados, documentos, notícias e objectos" que permitirão ao visitante "encarar o pensamento de Sérgio como algo pertinente e vivo".
Também o tema da sessão da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa a realizar-se esta quinta-feira, às 15h, é uma Evocação de António Sérgio por ocasião do cinquentenário da sua morte. A sessão é aberta ao público e abre com Manuel Alegre (às 15h) e seguem-se as conferências “Visão poligonal da obra de António Sérgio”) de Artur Anselmo, “Algumas considerações sobre a polémica do ‘Desejado’, que opôs António Sérgio e Carlos Malheiro Dias” de Rafael Gomes Filipe; “António Sérgio ─ Humanista e Pedagogo Visionário”, de Matilde Sousa Franco, “António Sérgio: História e Política”, de Fátima Bonifácio e o encerramento da sessão será feito por Jorge Barbosa Gaspar.
António Sérgio desenvolveu em Portugal, na teoria e na prática, a ideia do cooperativismo como modelo de sociedade; politicamente fez parte, como ministro da Educação, do Governo de Álvaro de Castro, em 1923.
O fim da I República levou-o ao exílio em Paris, de 1926 a 1933. Durante o Estado Novo, ligou-se sempre aos movimentos oposicionistas, tendo estado, entre outras iniciativas, na génese da candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958.