Uber e Cabify deixam de operar em Barcelona e acusam governo de ceder à pressão dos taxistas
Taxistas continuam a paralisar as principais vias da capital catalã. Governo autonómico pondera medidas para limitar fortemente a actividade dos novos serviços de carro com motorista.
As plataformas de transporte Uber e Cabify vão deixar de operar em Barcelona, disse esta terça-feira Josep Maria Goñi, presidente da associação do sector na Catalunha, a UNAUTO-VTC, que gere a atribuição de licenças de serviços de carro com motorista, onde se incluem a Uber e a Cabify.
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As plataformas de transporte Uber e Cabify vão deixar de operar em Barcelona, disse esta terça-feira Josep Maria Goñi, presidente da associação do sector na Catalunha, a UNAUTO-VTC, que gere a atribuição de licenças de serviços de carro com motorista, onde se incluem a Uber e a Cabify.
Segundo o El País, depois da reunião com o ministro catalão do Território e Sustentabilidade, Damià Calvet, o presidente da VCT afirmou que "infelizmente, o Governo cedeu à chantagem dos operadores de táxis".
"Nós decidimos tomar medidas. Vamos deixar a cidade de Barcelona, o decreto obriga-nos a fechar as empresas", anunciou de seguida.
Por seu turno, os taxistas saíram "satisfeitos" da reunião desta tarde com Damià Calvet. Ainda assim, mantém a greve que está a levar ao bloqueio de algumas das principais vias de Barcelona. Alberto (Tito) Álvarez, líder dos taxistas catalães, diz que o fim do protesto dependerá do resultado de outra reunião com o Governo a realizar-se esta quarta-feira.
Aviso de 15 minutos
Uma das questões que ainda está em cima da mesa, disse Álvarez, é a exigência de um "decreto que pode suprimir a capacidade da Uber e da Cabify de usar a geolocalização para facilitar a recolha de passageiros".
Outra medida prevista é a necessidade de um pré-aviso de 15 minutos por parte do utilizador de plataformas como a Uber e a Cabify antes de cada transporte. Na prática, um utilizador terá de esperar 15 minutos após chamar um Uber, ao passo que poderá continuar a entrar de imediato em qualquer táxi na rua.
A Uber e a Cabify alertam que a aprovação destas medidas resultará no fim das suas operações na região, o que pode pôr em causa o emprego de 3 mil motoristas que operam na Catalunha e prejudicar a mobilidade.
Tensão na cidade
Ao quinto dia de greve em Barcelona, os taxistas voltaram a manifestar-se esta terça-feira em várias ruas da cidade. Na manhã bloquearam a circulação de automóveis na Gran Via. Mais tarde, os manifestantes realizaram uma marcha até à Plaça d'Espanya, onde se registaram momentos de tensão entre taxistas e motoristas de plataformas como a Uber.
Segundo o El País, a polícia está a investigar cerca de 70 queixas de agressões no âmbito dos protestos que decorrem desde sexta-feira.
A presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, mostra-se solidária com o protesto dos taxistas, mas critica o impacto de uma acção que "paralisa e colapsa a cidade".