André Ventura formaliza partido e admite ser candidato às europeias
O Chega deverá ser o próximo movimento a oficializar-se como partido, depois de em Outubro André Ventura ter deixado de ser militante do PSD. Ventura espera poder apresentar uma lista já nestas europeias e "é provável" que seja o cabeça de lista.
André Ventura vai nesta quarta-feira ao Tribunal Constitucional (TC) entregar as assinaturas que recolheu para formalizar o partido Chega. Se o parecer dos juízes do Palácio Ratton for positivo, o Chega vai apresentar uma lista para concorrer às eleições europeias de 26 de Maio.
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André Ventura vai nesta quarta-feira ao Tribunal Constitucional (TC) entregar as assinaturas que recolheu para formalizar o partido Chega. Se o parecer dos juízes do Palácio Ratton for positivo, o Chega vai apresentar uma lista para concorrer às eleições europeias de 26 de Maio.
"As assinaturas não param de chegar", diz ao PÚBLICO André Ventura. São já "perto de 8 mil" (o TC exige 7500 para a formalização como partido). O candidato que gerou polémica pelas propostas que fez quando foi candidato do PSD à Câmara de Loures — onde foi eleito vereador — espera agora que o Constitucional aceite o Chega como partido político, apesar de o próprio afirmar que "tem propostas que vão contra a actual Constituição".
André Ventura diz que tem "tudo pronto", com a mensagem já "a passar na rua". O líder do movimento quer também ver o Chega concorrer nas eleições legislativas regionais da Madeira, em Setembro. "O objectivo agora é avançar já nestas europeias", porque a presença nestas eleições pode "alavancar o Chega para as legislativas", acredita.
André Ventura será cabeça de lista às europeias? "É provável que sim", apesar de deixar claro que essa decisão vai ser tomada colegialmente numa convenção que "deve acontecer entre o final de Fevereiro e o início de Março em Lisboa".
Da agenda política do Chega faz parte a redução para 100 do número de deputados (actualmente são 230 e a Constituição não permite que sejam menos de 180) e a prisão perpétua para condenados por homicídio ou violação. Ventura diz que lhe parece "legítimo que um partido meta estas hipóteses em cima da mesa" e que "isso não é impeditivo para a constituição de um partido", uma vez que o Chega "não é fascista".
Em cinco meses, André Ventura lançou um movimento para destituir Rui Rio da liderança do PSD, não conseguiu e saiu do partido que o escolhera como candidato à Câmara de Loures. Renunciou ao cargo de vereador e depois começou a recolher assinaturas para a criação de um partido político, com direito a cartazes já afixados desde Dezembro. O nome ficou desde o tempo de Rio: Chega.
Metas eleitorais não quer avançar para já, mas "eleger é um objectivo". Primeiro "há que respeitar o tempo do Tribunal Constitucional", diz. Quanto a membros de um possível futuro partido, Ventura fala por alto em "várias centenas" de interessados, que "vão ser contactados" para serem militantes depois da oficialização pelo TC.
Para o rosto do Chega, "o que é importante é que a mensagem passe", até porque o actual sistema "precisa de uma ruptura e de um rejuvenescimento", defende.
Defensor do fim do casamento homossexual (aprovado em 2010 com votos contra do PSD e CDS), e da castração química de pedófilos, André Ventura quer também que seja colocada na Constituição a proibição da eutanásia.
São 23 os partidos políticos actualmente inscritos no Tribunal Constitucional. O Chega deverá ser o próximo a oficializar-se.
Desde as últimas eleições legislativas conseguiram cumprir todos os requisitos para se instituírem como partidos a Iniciativa Liberal, liderada por Carlos Guimarães Pinto, e a Aliança, de Pedro Santana Lopes.