A confirmação do filho prodígio

Stefanos Tsitsipas eliminou o “ídolo” Roger Federer nos oitavos-de-final do Open da Austrália. Segundo set foi determinante.

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LUSA/LUKAS COCH

Logo nos primeiros dias do ano, na Hopman Cup, o jovem Stefanos Tsitsipas cumpriu um sonho antigo e defrontou Roger Federer. “Foi como vencer o meu filho”, disse então o veterano suíço, após o triunfo sobre o grego de 20 anos, em dois tie-breaks. Neste domingo, em Melbourne, os dois reencontraram-se no Open da Austrália, num “encontro a doer”. E foi Federer que saiu mais magoado, depois de ver o jovem tenista grego ganhar três sets, dois dos quais no jogo decisivo. E muitos foram os que se recordaram do duelo, também dos oitavos-de-final, mas em Wimbledon, em que Federer derrotou Pete Sampras, considerado o momento do “render da guarda”

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Logo nos primeiros dias do ano, na Hopman Cup, o jovem Stefanos Tsitsipas cumpriu um sonho antigo e defrontou Roger Federer. “Foi como vencer o meu filho”, disse então o veterano suíço, após o triunfo sobre o grego de 20 anos, em dois tie-breaks. Neste domingo, em Melbourne, os dois reencontraram-se no Open da Austrália, num “encontro a doer”. E foi Federer que saiu mais magoado, depois de ver o jovem tenista grego ganhar três sets, dois dos quais no jogo decisivo. E muitos foram os que se recordaram do duelo, também dos oitavos-de-final, mas em Wimbledon, em que Federer derrotou Pete Sampras, considerado o momento do “render da guarda”

Mas há mais semelhanças: nenhum tinha vencido um encontro no major em questão até esse ano e Tsitsipas ocupa o 15.º lugar do ranking, tal como o suíço naquela altura. O grego, um ano mais velho do que Federer em 2001, tem mostrado mais semelhanças com o ídolo: bom serviço, a esquerda a uma mão, agressividade e uma força mental que lhe permitiu manter um nível alto no duelo entre o mais novo e o mais velho tenistas ainda em prova. E ganhar, por 6-7 (11/13), 7-6 (7/3), 7-5 e 7-6 (7/5).

“Sou o homem mais feliz do mundo. Roger é uma lenda do nosso desporto, tenho imenso respeito por ele. Tenho visto os jogos dele desde os seis anos e é um sonho tornado realidade estar apenas a defrontá-lo na Rod Laver Arena. Sair vencedor no final, não consigo descrever”, revelou ainda no court.

Para Federer, tudo se resumiu ao segundo set, no qual dispôs de oito break-points, dos quais quatro set-points. “Deveria ter vencido o segundo set, não me interessa como. Esse set custou-me o encontro”, admitiu Federer. No total, foram 12 as oportunidades de break de que o suíço dispôs, nenhuma com sucesso. “Umas vezes ele falhou, outras eu salvei-os. Foi muito mental”, disse o grego.

O encontro terminou ao fim de 3h45m, depois de o suíço cometer o 33.º erro não forçado com a direita (55 no total). E Tsitsipas não conseguiu esconder a emoção. “Foi pura felicidade, um momento muito emocionante, o início de algo mesmo grande. Este match-point vai ficar comigo o resto da minha vida. Consegui fechar o encontro, manter-me forte e bater o meu ídolo”, revelou.

Aos 20 anos, o grego é o mais jovem quarto-finalista do Open da Austrália desde Nick Kyrgios, em 2015. Mas ao contrário do australiano, Tsitsipas está totalmente concentrado em ir até ao fim. “Tenho de me manter focado em objectivos maiores que tenho pela frente e de continuar humilde”, afirmou o próximo adversário do espanhol Roberto Bautista Agut (23.º), que afastou Marin CIlic (7.º), em quatro sets.

Nos “quartos”, vai estar outro rosto da nova geração. Frances Tiafoe (39.º) celebrou o seu 21.º aniversário com uma exibição de excelente nível ao longo dos quatro sets, para eliminar Grigor Dimitrov (21.º): 7-5, 7-6 (8/6), 6-7 (1/7) e 7-5. “Isto significa muito, tenho-me esfolado a trabalhar. Há 10 anos, disse aos meus pais que queria ser profissional e eles mudaram a sua vida…”, vincou, emocionado. Segue-se Rafael Nadal, que não sofreu qualquer break na vitória sobre Tomas Berdych (57.º), em três sets.

No torneio feminino, a surpresa foi a rapidez com que Angelique Kerber (2.ª) foi eliminada. A campeã de 2016 e semifinalista no ano passado só logrou ganhar um jogo de serviço diante de Danielle Collins (35.ª), que venceu em 56 minutos: 6-0, 6-2. Dedicada ao circuito profissional depois de ter conquistado o segundo título universitário dos EUA em 2016, a norte-americana de 25 anos vai estrear-se nuns quartos-de-final de um major diante de Anastasia Pavlyuchenkova (44.ª), que afastou Sloane Stephens (5.ª), por 6-7 (3/7), 6-3 e 6-3.

Petra Kvitova (6.ª) desde 2012 que não chegava tão longe em Melbourne, mas, após vencer (6-2, 6-1) a jovem de 17 anos Amanda Anisimova (87.ª), vai defrontar a melhor tenista local, Ashleigh Barty (15.ª). A australiana de 22 anos confirmou os progressos recentes e ultrapassou Maria Sharapova (30.ª), por 4-6, 6-1 e 6-4.