Um desastre chamado Fyre
FYRE: The Greatest Party That Never Happened é um documentário de Chris Smith para o Netflix sobre o fiasco que foi o Fyre Festival.
Billy McFarland é a figura central de FYRE: The Greatest Party That Never Happened, o documentário de Chris Smith para o Netflix sobre o fiasco que foi o Fyre Festival. O empreendedor, que funda empresas desde os 13 anos e foi condenado a seis anos de prisão por fraude, não é sequer uma das cabeças falantes do filme — segundo o realizador, ele pediu dinheiro para falar e a produção não queria recompensá-lo pelo que fez —, mas foi ele que moveu mundos e fundos e enganou pessoas para concretizar a sua visão. E quando esta falhou, continuou a inventar novos esquemas.
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Billy McFarland é a figura central de FYRE: The Greatest Party That Never Happened, o documentário de Chris Smith para o Netflix sobre o fiasco que foi o Fyre Festival. O empreendedor, que funda empresas desde os 13 anos e foi condenado a seis anos de prisão por fraude, não é sequer uma das cabeças falantes do filme — segundo o realizador, ele pediu dinheiro para falar e a produção não queria recompensá-lo pelo que fez —, mas foi ele que moveu mundos e fundos e enganou pessoas para concretizar a sua visão. E quando esta falhou, continuou a inventar novos esquemas.
Em Abril de 2017, havia milhares de bilhetes vendidos para este festival luxuoso numa ilha paradisíaca nas Bahamas. A ideia era promover a Fyre, uma aplicação que era uma espécie de Uber para contratar músicos e que tinha McFarland e o rapper Ja Rule como caras — até vieram a Lisboa apresentá-la na Web Summit, imagens que aparecem no documentário. O problema? Ninguém sabia organizar um festival, muito menos se preocupou em descobrir como. O que iam ser dois fins-de-semana de diversão opulenta transformou-se rapidamente num desastre, o oposto do que tinha sido vendido por influenciadores nas redes sociais — um meio que teve um papel crucial tanto na promoção quanto na queda do festival. Tudo isto teria sido evitável em várias etapas.
Chris Smith, que antes fez American Movie e Jim & Andy: The Great Beyond, tem uma preocupação com as pessoas que trabalharam, de uma maneira ou doutra, com graus diferentes de cumplicidade, no festival. São pessoas que acreditaram em McFarland, que foi condenado a seis anos de prisão, e não sabiam a verdadeira dimensão dos seus actos. Muitas delas não foram sequer pagas — é particularmente trágico ver os trabalhadores das Bahamas a falarem sobre isso.
FYRE foi lançado esta sexta-feira, uma data há muito anunciada. O Hulu, serviço de streaming concorrente não disponível em Portugal, lançou, de surpresa, Fyre Fraud, outro filme sobre o assunto — com o próprio McFarland —, na segunda-feira. Até fora do documentário a história é interessante.