Sousa a um nível abaixo de Nishikori

Número um português foi eliminado na terceira ronda do Open da Austrália. Novak Djokovic cedeu um set pela primeira vez.

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Reuters/LUCY NICHOLSON

As quase 12 horas passadas nos courts de Melbourne Park antes do duelo com Kei Nishikori pesaram nas pernas de João Sousa, que só apresentou um nível exibicional semelhante ao do número nove do ranking durante o set inicial. Depois, o japonês soltou-se e assinou a melhor exibição desde o início do torneio para, pela sétima vez, atingir os oitavos-de-final do Open da Austrália – fase que Sousa ainda não alcançou.

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As quase 12 horas passadas nos courts de Melbourne Park antes do duelo com Kei Nishikori pesaram nas pernas de João Sousa, que só apresentou um nível exibicional semelhante ao do número nove do ranking durante o set inicial. Depois, o japonês soltou-se e assinou a melhor exibição desde o início do torneio para, pela sétima vez, atingir os oitavos-de-final do Open da Austrália – fase que Sousa ainda não alcançou.

O tenista português teve de recuperar de um break precoce, para 3-2 e, no tie-break, foi mais irregular. No entanto, Sousa parecia ter feito o mais difícil quando anulou dois set points, só que um erro a 6/6 comprometeu o set. O primeiro serviço, que o vimaranense apresenta este ano como uma verdadeira arma, desapareceu e Nishikori dominou até fechar, com os parciais de 7-6 (8/6), 6-1 e 6-2.

“Depois de um primeiro set de muito bom nível, não consegui manter a mesma intensidade e a mesma frescura física que gostaria e daí ter perdido. Ele esteve muito bem a todos os níveis e foi muito melhor que eu”, admitiu Sousa. O próprio Nishikori reconheceu que só sentiu dificuldades no set inicial: “O primeiro set poderia ter caído para qualquer lado; ele estava a jogar bem, a servir bem, agressivo com a direita, mas nos segundo e terceiro sets, descontraí um pouco e comecei a fazer melhores pontos.”

Mais positivo na sua análise esteve o treinador Frederico Marques, mais preocupado com o trabalho a médio prazo. “O resultado final não foi o desejado, não nos permite continuar a competir no Australian Open e essa é a parte menos positiva. Mas conseguimos perceber e ver com os próprios olhos que estamos no bom caminho, no caminho certo. No primeiro set, estivemos muitas vezes por cima, em termos de nível, com um jogador do top 10. Realizámos muitas coisas boas, tanto no dia de hoje como nos últimos quatro dias de competição”, frisou o treinador do vimaranense.

O facto de João ter chegado menos fresco devido aos quatro encontros realizados antes em Melbourne, em singulares e pares, não foi apresentado como justificação para a quebra exibicional, após o primeiro set. “Não somos pessoas de desculpas, perdemos porque faltou nível técnico e nível físico. Falta trabalhar mais e com melhor qualidade. O João subiu o seu nível em relação ao ano anterior, mas ainda falta trabalhar alguns aspectos. O serviço e a direita ainda devem estar melhores para poder competir durante mais de três horas e durante 15 dias, como é o caso dos Grand Slams, com os melhores do mundo”, disse Marques.

Sousa continua em prova na variante de pares – joga na próxima madrugada ao lado de Leonardo Mayer –, enquanto Nishikori decide com Pablo Carreño Busta um lugar nos quartos-de-final.

Medvedev, o novo teste para Djokovic 

Alexander Zverev (4.º), Daniil Medvedev (16.º) e Milos Raonic (17.º) também venceram a terceira eliminatória em três sets. Já Novak Djokovic cedeu um set pela primeira vez neste Open. Diante do canadiano de 19 anos Denis Shapovalov (27.º), o sérvio desperdiçou uma vantagem de 4-1 na terceira partida, mas um break no início do quarto set devolveu-lhe o controlo do encontro, ganho por 6-3, 6-4, 4-6 e 6-0. Nos "quartos", o líder do ranking vai defrontar outro rosto da nova geração, Medvedev, de 22 anos, que ainda não cedeu qualquer set. Zverev mede forças com Raonic e Lucas Pouille será o adversário de Borna Coric.

No torneio feminino, Naomi Osaka (4.ª) levou set e meio a adaptar-se ao ténis de Su-Wei Hsieh (28.ª), que serve a pouco mais de 100 km/h, mas acabou por recuperar de 5-7, 1-4, para se impor por 5-7, 6-4 e 6-1. A campeã do último US Open defronta agora Anastasija Sevastova (13.ª).

Mas o duelo que está a criar enorme expectativa é o que irá opor Simona Halep (1.ª) a Serena Williams (16.ª). A líder do ranking derrotou a irmã, Venus (36.ª), por 6-2, 6-3, indo agora defrontar a Williams mais nova, num tira-teimas sobre quem é a melhor tenista do momento. Serena impôs-se, por 6-2, 6-1, a uma adversária que ainda não tinha nascido quando a norte-americana conquistou o primeiro de 23 títulos do Grand Slam, Dayana Yastremska (57.ª), de 18 anos.