Associação O Joãozinho avança para tribunal
Objectivo é que Hospital de São João liberte espaço destinado à ala pediátrica para prosseguir com obras.
A Associação O Joãozinho vai interpor uma acção em tribunal em Fevereiro para que o Hospital de São João, no Porto, liberte o espaço destinado à ala pediátrica para prosseguir com as obras, adiantou esta sexta-feira o seu presidente, Pedro Arroja.
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A Associação O Joãozinho vai interpor uma acção em tribunal em Fevereiro para que o Hospital de São João, no Porto, liberte o espaço destinado à ala pediátrica para prosseguir com as obras, adiantou esta sexta-feira o seu presidente, Pedro Arroja.
"O que vamos fazer é avançar com uma acção comum para que o centro hospitalar cumpra a cláusula primeira do acordo de cooperação que estabeleceu connosco [associação] e com o consórcio construtor, e liberte o espaço para continuarmos com a obra de construção da ala pediátrica", disse Pedro Arroja. O objectivo é por a obra a andar o "mais rapidamente possível" porque as crianças estão em condições "miseráveis", vincou, acrescentando que "se mais tarde" o Governo a quiser assumir estará disponível para negociar as condições de cedência de titularidade.
No início deste mês, a associação propôs ao centro hospitalar avançar com os trabalhos da ala pediátrica, a funcionar em contentores há cerca de dez anos, até o São João "estar em condições" de os assumir. Numa carta enviada ao presidente do conselho de administração do centro hospitalar, o dirigente da associação sugeriu ao hospital "desimpedir" o espaço destinado à ala pediátrica, retirando de lá o Serviço de Sangue para avançar com a obra.
Contudo, na resposta, o hospital alertou a associação tem a "obrigação" de devolver o terreno da ala pediátrica até Março segundo o protocolo de 2017, cuja vigência já se "esgotou"."Nos termos do acordo [assinado em 2015 com a associação para construir a ala pediátrica com fundos privados], a associação está obrigada a devolver, no prazo de 90 dias, a pedido do centro hospitalar, a parcela cedida" para as novas instalações de pediatria, disse a administração daquele hospital, numa carta dirigida à Joãozinho em que considera "inaceitáveis" e "ilegais" as condições apresentadas para a devolução do terreno.
Pedro Arroja recordou que na reunião que teve com o presidente do conselho de administração - que, entretanto, renunciou ao cargo - se comprometeu a apresentar uma proposta para a cedência da titularidade, o que cumpriu: "Houve negociações, fiquei de fazer uma proposta e fiz. Mas o hospital respondeu uma coisa sem nexo e, logo a seguir, o presidente renunciou, portanto, agora nem sequer há interlocutor". Na sua opinião, o conselho de administração já mostrou que não quer voltar às negociações.
Pedro Arroja recordou que a obra está parada há quase três anos e que nem o hospital nem o Governo apresentaram até agora uma "solução razoável e rápida" para a empreitada prosseguir. "Esta acção em tribunal em nada atrasa a obra, é sim uma tentativa de antecipar o recomeço dos trabalhos", assinalou.
O internamento oncológico e geral de pediatria do São João funciona em contentores provisórios desde 2011 e o parlamento aprovou em Novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste directo para a construção da ala pediátrica. A 3 de Janeiro, a administração do Hospital de São João indicou que a obra deverá começar no início do segundo semestre, prevendo-se para Abril a transferência provisória da pediatria oncológica para o edifício central.