Núcleo duro do Podemos está cada vez mais reduzido
Dos fundadores da plataforma de esquerda espanhola, só Pablo Iglesias se mantém na direcção do partido.
A decisão de integrar as listas do movimento político da actual presidente da câmara de Madrid, para as eleições municipais, pode ser o primeiro passo de Iñigo Errejón para abandonar o Podemos. A confirmar-se o afastamento do deputado, o líder Pablo Iglesias passará a ser o único membro do núcleo duro que fundou o partido de extrema-esquerda na actual direcção.
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A decisão de integrar as listas do movimento político da actual presidente da câmara de Madrid, para as eleições municipais, pode ser o primeiro passo de Iñigo Errejón para abandonar o Podemos. A confirmar-se o afastamento do deputado, o líder Pablo Iglesias passará a ser o único membro do núcleo duro que fundou o partido de extrema-esquerda na actual direcção.
Os “Cinco de Vistalegre”, como lhes chama o El País, eram Iglesias, Errejón, Carolina Bescansa, Luis Alegre e Juan Carlos Monedero. Desses, apenas Monedero continua a apoiar abertamente o líder do Podemos.
Bescansa abandonou o barco nas vésperas do Vistalegre II, o congresso que reforçou a liderança de Iglesias, realizado em 2017. A ainda deputada optou por não apoiar as propostas de Iglesias que foram votadas nesse encontro e ficou de fora. A divulgação de um plano para o derrubar, partilhada involuntariamente numa rede social, foi a machadada final.
Alegre também optou por não apoiar Iglesias no congresso, decidindo-se por Errejón. Através de uma carta, o ex-líder do partido em Madrid – que regressou à vida de professor de Filosofia – acusou-o de estar a guiar o Podemos para a sua “destruição” e apontou o dedo ao seu círculo mais próximo: Irene Montero, Rafa Mayoral e Juanma del Olmo.
Monedero também voltou à universidade e afastou-se do partido em 2015, por “divergências estratégicas”. Mas nunca rompeu com Iglesias, sendo uma das vozes mais críticas contra Iñigo Errejón e o movimento contestatário ao líder do partido.