Hospital de Ovar com nova resposta de cuidados paliativos

Equipa de Suporte em Cuidados Paliativos, a funcionar desde o início do ano, é a primeira resposta diferenciada do concelho de Ovar ao nível de cuidados paliativos.

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NFACTOS/FERNANDO VELUDO

A administração do Hospital Francisco Zagalo, de Ovar, revelou esta quinta-feira que tem uma nova valência de cuidados paliativos, propondo-se assim assegurar a doentes em fase terminal "a dignidade que se impõe" nessa etapa da sua vida.

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A administração do Hospital Francisco Zagalo, de Ovar, revelou esta quinta-feira que tem uma nova valência de cuidados paliativos, propondo-se assim assegurar a doentes em fase terminal "a dignidade que se impõe" nessa etapa da sua vida.

Integrando médica, enfermeira, assistente social e psicólogo, essa equipa de Suporte em Cuidados Paliativos está a funcionar desde o início do ano e, consoante os casos em análise, pode ainda recorrer a profissionais como farmacêuticos, nutricionistas, fisiatras e terapeutas da fala e ocupacionais.

"Esta valência colmata uma lacuna sentida há muito nesta unidade e no próprio município, prestando um importante apoio aos doentes com necessidades mais complexas ou em situação de descompensação", declara o presidente do conselho directivo do Hospital Francisco Zagalo, Luís Miguel Ferreira.

Referindo que a nova estrutura constitui a primeira resposta diferenciada do concelho de Ovar ao nível de cuidados paliativos, o mesmo responsável realça que essa equipa multidisciplinar irá melhorar a qualidade de vida de doentes que enfrentam doenças incuráveis, avançadas e eventualmente terminais – apoiando dessa forma também as respectivas famílias.

Para a médica Inês Costa, em causa está um trabalho a desenvolver "em complementaridade com as equipas médicas assistentes", na consciência de que "lidar com uma doença em fase terminal não é fácil".

Nesse sentido, a especialista nota que "a intenção da equipa intra-hospitalar de Suporte de Cuidados Paliativos é procurar junto do doente que ele mantenha a melhor qualidade de vida, com a dignidade que se impõe".

Inês Costa defende, aliás, que os tratamentos paliativos são "uma mais-valia para o hospital, beneficiando claramente o doente, que deixa de ser submetido a procedimentos e terapêuticas desnecessários, e quebrando mesmo alguns mitos associados a quem se encontra nessas situações".

A enfermeira Joana Rente, por sua vez, justifica a abertura do novo serviço citando números que estiveram na base do projecto: "A estatística aponta que, no concelho de Ovar, mais de 50 % das pessoas que faleceram em 2016 eram doentes que tinham necessidades paliativas. Isso atesta a importância da criação desta equipa multidisciplinar".

Além de prestar apoio aos doentes internados na própria unidade, a nova equipa de Suporte a Cuidados Paliativos de Ovar vai abrir um período de consulta externa com hospital de dia, para o qual poderão ser orientados doentes acompanhados em regime de ambulatório e utentes referenciados pelo respectivo médico de família.