Resgate do bebé de Málaga: o que se sabe 100 horas depois da queda?

As equipas de resgate optaram por construir um túnel vertical e paralelo ao de Julen, porque a construção do orifício horizontal encontrou problemas no terreno.

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LUSA/ALVARO CABRERA

As equipas de resgate continuam à procura Julen Jiménez, o menino de dois anos que caiu num poço em Málaga, no Sul de Espanha, no domingo. Na manhã desta quinta-feira, optaram por suspender a construção do túnel horizontal devido a problemas no terreno e passaram a escavar dois orifícios na vertical. 

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As equipas de resgate continuam à procura Julen Jiménez, o menino de dois anos que caiu num poço em Málaga, no Sul de Espanha, no domingo. Na manhã desta quinta-feira, optaram por suspender a construção do túnel horizontal devido a problemas no terreno e passaram a escavar dois orifícios na vertical. 

Segundo a agência espanhola EFE, fontes do dispositivo de localização garantiram que o poço já está canalizado e que os problemas que surgiram na construção do túnel horizontal devem-se ao facto de as equipas terem encontrado pedras durante a escavação.

Durante a manhã, a escavação do túnel horizontal foi retomada e a construção dos dois túneis paralelos ao de Julen também, para depois se conseguir aceder à zona onde acreditam que a criança estará, a 80 metros de profundidade. O objectivo é realizar trabalhos de resgate de vários sítios para conseguir chegar com mais rapidez a Julen. Segundo diz o El País, em condições normais a perfuração desses túneis demoraria cerca de 12h cada, mas nas condições do terreno em que o poço se encontra é impossível prever quanto possa demorar.

A subdelegada do governo de Málaga, María Gámez, explicou esta quinta-feira aos jornalistas as complicações que surgiram no túnel horizontal e assegurou que as equipas estão a estudar várias formas de resgatar o bebé. Gámez afirmou que as primeiras pessoas a ser informadas de qualquer avanço ou mudança no regaste são os pais de Julen. “Não vamos parar um minuto sequer até termos Julen junto de nós”, disse.

Pouco antes de serem completadas 100 horas desde a queda do bebé no poço, María Gámez reiterou que esta é uma tarefa muito complexa do ponto de vista técnico e que estão perante um acontecimento “sem precedentes”.

Angel García Vidal, um dos engenheiros que tem estado envolvido nas buscas, disse à comunicação social que a equipa está a avaliar se pode continuar a extrair terra do poço. Nos dois túneis que estão a ser escavados, o engenheiro explicou que é necessário chegar aos 30 metros de profundidade – estão a meio. “Falta descer outros 15 metros”, disse. 

Há previsões de chuva para os próximo dias, aspecto que a subdelegada do governo também referiu. Se as condições meteorológicas, mudarem será mais difícil resgatar Julen.

Julen, o menino que está desaparecido desde domingo, está dentro do poço com mais de 100 metros de profundidade em Totalán, Málaga. No domingo, as equipas de resgate encontraram pedaços de cabelo que, depois da prova de ADN, confirmaram que o menino se encontra naquele buraco.

Das três opções avançadas na segunda-feira para o resgate do menino, nenhuma se mostrou eficaz. Todas elas são demasiado demoradas para uma operação em que todos os minutos contam para se encontrar o menino com vida. Para além da profundidade e da orografia do terreno, as operações de socorro depararam-se com outro tampão de terra húmida e rochas que os impede de progredir. 

A ideia posta em prática pelas equipas de resgate acabou por ser a de abrir um orifício lateral na horizontal, com 50 a 80 metros de comprimento, aproveitando um declive natural. Este segundo túnel deveria encontrar-se com o primeiro a 80 metros de profundidade, exactamente no ponto onde as autoridades acreditam que o menino está, mas essa opção foi agora descartada.

Desde domingo que as operações de resgate, liderada pela Guarda Civil, contam com mais de cem operacionais no local e com a ajuda de várias empresas privadas que entraram em contacto para ajudar. O poço estava sem protecção e sem sinalização num terreno sem demarcação, na serra de Totalán, em Málaga. A orografia impossibilita que os meios necessários cheguem ao local.