Guimarães: Reflorestação da Penha arranca neste mês com espécies nativas no lugar dos eucaliptos
A intervenção enquadra-se na candidatura da montanha a Paisagem Protegida Local. A Câmara de Guimarães quer ainda aproveitar a reflorestação para ligar a Penha e o Parque da Cidade, com rotas de exploração da biodiversidade.
A Câmara Municipal de Guimarães quer ver a Montanha da Penha integrada na Rede Nacional de Áreas Protegidas, enquanto Paisagem Protegida Local, e vai começar a requalificar parte da mancha verde que a reveste ainda neste mês de Janeiro. Os eucaliptos plantados nas quintas de Monchique e de Barredo, com uma área total de 18 hectares, vão ser abatidos para dar lugar a espécies autóctones como o carvalho, o sobreiro e o pinheiro-manso.
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A Câmara Municipal de Guimarães quer ver a Montanha da Penha integrada na Rede Nacional de Áreas Protegidas, enquanto Paisagem Protegida Local, e vai começar a requalificar parte da mancha verde que a reveste ainda neste mês de Janeiro. Os eucaliptos plantados nas quintas de Monchique e de Barredo, com uma área total de 18 hectares, vão ser abatidos para dar lugar a espécies autóctones como o carvalho, o sobreiro e o pinheiro-manso.
Com um custo estimado de 100.000 euros, a intervenção nos terrenos contíguos ao cemitério municipal de Monchique vai marcar o arranque da reflorestação da encosta da montanha e pode estar concluída daqui a três meses, adiantou o presidente da Câmara de Guimarães. “Espero que em Abril ou em Maio esteja já tudo feito. O departamento de Zonas Verdes vai, de imediato, começar os abates e a substituição das árvores”, afirmou Domingos Bragança após a reunião do executivo municipal desta quinta-feira.
Sustentada num parecer técnico-científico pedido pela Câmara à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a intervenção procura, segundo o documento votado na reunião, garantir a “conservação e manutenção da biodiversidade, dos recursos em solo e água e da paisagem”. Outra das medidas contempladas na reflorestação, frisou o autarca vimaranense, é a substituição de mato por espécies com bagas para alimentar a fauna da zona, sobretudo as aves – na Penha, predominam os chapins e as trepadeiras.
As quintas de Monchique e de Barredo são propriedade da Câmara, mas Domingos Bragança quer ver o esforço de reflorestação alargado aos terrenos pertencentes a privados. “Já temos o cadastro dos proprietários. Quero toda a área da Penha requalificada”, disse.
A candidatura da montanha à rede de áreas protegidas tutelada pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) arrancou precisamente há um ano. Neste momento, existem 14 áreas com o estatuto de Paisagem Protegida de âmbito local ou regional, desde o Corno do Bico, mais a norte, no concelho de Paredes de Coura, até à Rocha da Pena e à Fonte Benémola, a sul, em Loulé.
Rotas para explorar biodiversidade
A intervenção contempla igualmente a requalificação dos trilhos pedestres que já existem na zona e a criação de novos. Essas vias vão-se transformar em roteiros de exploração da biodiversidade, entre a Penha e o Parque da Cidade, no sopé da montanha. A Câmara quer os percursos dotados de tecnologias com informações relativas à fauna e à flora e já submeteu uma candidatura ao Turismo de Portugal para obter um financiamento de cerca de 350.000 euros, adiantou a vereadora municipal com o pelouro do ambiente, Sofia Ferreira, após a reunião. “A ideia é que essas rotas sejam utilizadas para lazer e para desporto, mas tenham também um fim turístico”, acrescentou.