Bündchen respondeu à ministra da Agricultura brasileira

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Reuters/Eduardo Munoz

A modelo brasileira Gisele Bündchen decidiu responder às críticas da ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, argumentando que, apesar da existência de áreas preservadas, a desflorestação na floresta amazónica está a aumentar.

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A modelo brasileira Gisele Bündchen decidiu responder às críticas da ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, argumentando que, apesar da existência de áreas preservadas, a desflorestação na floresta amazónica está a aumentar.

Numa carta, a que a Reuters teve acesso, nesta quinta-feira, Bündchen desafia Dias a mostrar qual tem sido o progresso rumo à sustentabilidade, dizendo: “Terei muito prazer em anunciar acções positivas que sejam tomadas nesse sentido.”

Na segunda-feira, Dias criticou a modelo, num programa de rádio, por “dizer coisas más sobre o Brasil sem conhecer os factos”. A ministra de Bolsonaro defendeu que Bündchen, em vez de criticar, deveria sublinhar o trabalho que está a ser feito na área da preservação.

Dois dias depois, a modelo respondeu no Twitter, sem se referir directamente à a Dias ou ao seu Ministério da Agricultura, respondendo que, desde 2006, que está envolvida em causas ambientais, sempre procurando ter mais conhecimento através da “leitura e contacto com cientistas, investigadores, agricultores, cooperativas e organizações ambientais”, escreveu.

Na carta, a que a Reuters teve acesso, Bündchen contraria o argumento de Dias de que o Brasil preservou dois terços de sua vegetação nativa, citando dados do Governo que revelam que a desflorestação da Amazónia está em alta – subiu 13,7% nos 12 meses até Julho de 2018, para o ponto mais alto numa década.

A ministra disse que as pessoas que, no exterior, divulgam uma imagem falsa do Brasil são "más brasileiras", mas Bündchen responde que os maus brasileiros são aqueles que contribuem para a desflorestação ilegal. 

Os ativistas estão preocupados que Bolsonaro, o novo Presidente que assumiu funções este mês, favoreça os interesses de empresas e fazendas sobre as protecções ambientais existentes. Recorde-se que o governante já pôs em cima da mesa a possibilidade de o país abandonar o Acordo de Paris, sobre mudanças climáticas.

A Amazónia, a maior floresta tropical do mundo, absorve grandes quantidades de gás de efeito estufa e a sua preservação é vista como vital para a luta contra as alterações climáticas. “Eu vejo a preservação da natureza não apenas como um dever ambiental legal, mas também como uma maneira de assegurar a água, a biodiversidade e as condições climáticas essenciais para a produção agrícola”, refere Bündchen.