Hospital Dona Estefânia precisa de pelo menos mais 13 pediatras para as urgências
Profissionais foram ouvidos pelos deputados na sequência do pedido de demissão apresentado em Dezembro.
Faltam médicos, enfermeiros, assistentes operacionais e seriam precisos pelo menos mais 13 pediatras para garantir as escalas das urgências de um dos principais hospitais pediátricos do país. Esta terça-feira os deputados da comissão parlamentar de saúde deslocaram-se ao Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, na sequência do pedido de demissão, apresentado em Dezembro de 2018, pelo coordenador da urgência e pelos chefes de serviço.
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Faltam médicos, enfermeiros, assistentes operacionais e seriam precisos pelo menos mais 13 pediatras para garantir as escalas das urgências de um dos principais hospitais pediátricos do país. Esta terça-feira os deputados da comissão parlamentar de saúde deslocaram-se ao Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, na sequência do pedido de demissão, apresentado em Dezembro de 2018, pelo coordenador da urgência e pelos chefes de serviço.
As preocupações dos profissionais de saúde, que foram ouvidos durante duas horas à porta fechada, foram transmitidas aos jornalistas pelos deputados Moisés Ferreira, do BE, e Ricardo Baptista Leite, do PSD, os dois partidos que pediram esta audição. A presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central — a que pertence o Dona Estefânia — foi ouvida numa audição posterior.
Na base do pedido de demissão apresentado em Dezembro, afirmou Moisés Ferreira, “está a falta de profissionais — médicos, enfermeiros, assistentes operacionais — para garantir a actividade assistencial de qualidade que este hospital tem de ter”. “Os profissionais transmitiram-nos que são precisos pelo menos mais 13 pediatras só para garantir escalas [de urgências], sem recorrer sistematicamente às muitas horas extraordinárias e aos médicos que estão dispensados de fazer urgências [por terem atingido a idade limite definida por lei] e que continuam a fazê-las”, apontou.
Segundo Ricardo Baptista Leite, os profissionais indicaram que desde 2017 alertam para o défice de recursos humanos. “O que nos foi transmitido é que numa situação de pico de procura, com mais de 300 doentes por dia, deveria haver, de acordo com o colégio de pediatra da Ordem dos Médicos, dez pediatras de dia e dez de noite. O que se verifica é que há dias em que estão reduzidos a quatro e cinco elementos. Isto para além das equipas de enfermagem que não estão a ser capazes de responder.”
“Tivemos a informação por parte dos profissionais de que há clínicos a trabalhar no privado que estariam dispostos a vir trabalhar para o Dona Estefânia caso houvesse verba disponível para tal. Verba que não foi disponibilizada ao longo destes dois anos”, disse ainda o deputado social-democrata.