Vários mortos no Zimbabwe em protestos contra a subida dos preços do combustível
O Presidente Emmerson Mnangagwa duplicou, do dia para a noite, os preços do combustíveis para fazer face à profunda crise económica no país africano. Governo confirmou a existência de mortes nos protestos desta segunda-feira, mas não precisou o número.
Várias pessoas morreram e centenas foram detidas durante violentos protestos, nesta segunda-feira, no Zimbabwe. A insatisfação popular foi provocada pela decisão do Presidente, Emmerson Mnangagwa, de duplicar, do dia para a noite, o preço dos combustíveis de forma a combater uma das piores crises económicas dos últimos anos, num país que já enfrenta dificuldades crónicas.
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Várias pessoas morreram e centenas foram detidas durante violentos protestos, nesta segunda-feira, no Zimbabwe. A insatisfação popular foi provocada pela decisão do Presidente, Emmerson Mnangagwa, de duplicar, do dia para a noite, o preço dos combustíveis de forma a combater uma das piores crises económicas dos últimos anos, num país que já enfrenta dificuldades crónicas.
Centenas de manifestantes saíram à rua nesta segunda-feira na capital Harare e em Bulawayo, a segunda cidade do país. Pneus foram queimados e barricadas levantadas, bloqueando estradas. Pelos menos 200 pessoas foram detidas.
O ministro da Segurança, Owen Ncube, confirmou o registo de mortes durante os confrontos, mas não precisou o número, culpando dirigentes da oposição pela violência, anunciando ainda a abertura de uma investigação.
Por sua vez, um grupo de direitos humanos que presta apoio jurídico afirmou ter recebido relatos de que soldados e polícias entraram de forma forçada, durante a noite, em casas em Harare e atacaram pessoas que terão estado presentes nos protestos. Esta era uma estratégia utilizada pelas forças de segurança durante a longa presidência de Robert Mugabe.
“É preocupante o envolvimento de soldados nestes actos ilegais, participando activamente num tratamento cruel e desumano de residentes”, disse em comunicado o grupo denominado Advogados do Zimbabwe para os Direitos Humanos, cita a Reuters.
Tanto as Forças Armadas como a polícia esclareceram que não possuem informação suficiente sobre esta situação para proferirem comentários.
A escassez do dólar no Zimbabwe, que provocou a desvalorização da sua própria moeda, gerou uma profunda crise económica, ao mesmo tempo que os preços aumentaram e os padrões de vida caíram.
No sábado, num discurso televisivo, Mnangagwa explicou que o aumento dos preços dos combustíveis servirá para resolver os problemas relacionados com este sector. Nos últimos dias, os automobilistas tiveram de esperar horas nas filas nas bombas de gasolina, devido à escassez de combustível.
Mnangagwa garantiu ainda que o Governo vai ter pulso firme perante “elementos empenhados em aproveitar a actual escassez de combustível para causar e patrocinar agitação e instabilidade no país”.
De acordo com o que relata a Reuters, depois de um dia de violência, nesta terça-feira as ruas de Harare e de Bulawayo estão praticamente vazias, com bancos, escolas e lojas encerradas. A maioria das pessoas mantém-se em casa, por receio de mais violência, por um lado, e, por outro, devido ao apelo dos organizadores para que as pessoas protestem ao não sair das suas residências.