TPI absolve antigo Presidente da Costa do Marfim e ordena a sua libertação imediata

Laurent Gbagbo foi detido em 2011 acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, na sequência do conflito que se seguiu às eleições de 2010, onde este recusou reconhecer a derrota. TPI concluiu agora que a acusação não tinha provas suficientes.

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Laurent Gbagbo no TPI, em Haia Reuters/POOL

O Tribunal Penal Internacional (TPI) absolveu o antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, dos crimes de guerra e contra a humanidade pelos quais tinha sido condenado, e ordenou a sua libertação imediata.

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O Tribunal Penal Internacional (TPI) absolveu o antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, dos crimes de guerra e contra a humanidade pelos quais tinha sido condenado, e ordenou a sua libertação imediata.

Gbagbo foi detido em 2011 por forças francesas e das Nações Unidas na sequência de um conflito armado que se seguiu às eleições de 2010. Acabou por ser julgado pelo TPI no ano seguinte, acusado de ser responsável por assassínios, violações e perseguição política.

Gbagbo foi o primeiro ex-chefe de Estado a ser condenado pelo TPI, com sede em Haia.

Nas eleições na origem do conflito, Gbagbo foi derrotado mas recusou passar o poder ao vencedor Alassane Ouattara. Nos meses seguintes, as forças armadas costa-marfinenses e as milícias apoiantes de ambos os candidatos iniciaram uma guerra que provocou três mil mortos. Este conflito terminou apenas com uma intervenção militar de França. Gbagbo chegou a barricar-se no palácio presidencial para evitar a detenção mas acabou por ser preso.

Agora, o juiz Cuno Tarfusser, do TPI, concluiu que a acusação não tinha provas suficientes contra Gbagbo e contra Ble Goude, chefe da milícia pró-Gbagbo, e que foi também condenado neste processo, ordenando a sua libertação imediata. Esta decisão é ainda passível de recurso.