Pequim condena canadiano à morte e arrisca avolumar tensões com Otava e Washington

Relações diplomáticas entre China, EUA e Canadá deterioraram-se com detenção da número dois do gigante chinês Huawei. Agora, um cidadão canadiano que tinha sido sentenciado a 15 anos de prisão por tráfico de droga foi condenado à morte, no que é visto como uma retaliação por parte de Pequim.

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Robert Lloyd Schellenberg foi detido em 2014 e acusado de tráfico de droga Reuters/HANDOUT

O canadiano Robert Lloyd Schellenberg foi considerado culpado de um crime de tráfico de droga na China e condenado, em Novembro, a 15 anos de prisão. Mas, num volte-face nesta segunda-feira, um tribunal alterou a sentença e condenou-o à morte. A decisão está a ser vista como um acto de retaliação à recente detenção de Meng Wanzhou, a número dois da gigante tecnológica Huawei, no Canadá.

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O canadiano Robert Lloyd Schellenberg foi considerado culpado de um crime de tráfico de droga na China e condenado, em Novembro, a 15 anos de prisão. Mas, num volte-face nesta segunda-feira, um tribunal alterou a sentença e condenou-o à morte. A decisão está a ser vista como um acto de retaliação à recente detenção de Meng Wanzhou, a número dois da gigante tecnológica Huawei, no Canadá.

Após a condenação de Schellenberg, o Canadá reforçou um aviso que já havia feito aos seus cidadãos relativamente às deslocações à China, apelando a um “alto nível de precaução devido ao risco de aplicação arbitrária da legislação local”, cita a BBC.

Meng, de 46 anos, foi detida no início de Dezembro pelas autoridades canadianas, que a impediram de embarcar num voo em Vancôver a pedido dos Estados Unidos, que requerem a sua extradição.

A número dois da multinacional chinesa de telecomunicações é suspeita de ter disfarçado movimentos bancários para realizar negócios com o Irão, desrespeitando assim as sanções impostas por Washington a Teerão.

Encontra-se actualmente sob detenção domiciliária, obrigada a utilizar uma pulseira electrónica.

Esta detenção deteriorou as relações diplomáticas entre a China e os EUA e Canadá, e, agora, a sentença de morte a este cidadão canadiano pode agravar o conflito diplomático.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, criticou a sentença. “É altamente preocupante para o nosso Governo, tal como deveria ser para todos os nossos aliados e amigos internacionais, que a China tenha escolhido começar a aplicar arbitrariamente a pena de morte”, disse em comunicado citado pela BBC.

A resposta do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, foi pronta, afirmando-se “intensamente insatisfeito” com as declarações de Trudeau, e pedindo ao Canadá que respeite a soberania chinesa.

Além disso, nesta terça-feira, a China lançou também um aviso para que os cidadãos chineses "avaliem completamente os riscos" de viajar para o Canadá, devido a uma "detenção arbitrária" a pedido "de um país terceiro", numa aparente referência ao caso de Meng Wanzhou.

Schellenberg, que terá 36 anos, foi detido em 2014 acusado de planear o contrabando de mais de 220 quilos de metanfetaminas da China para a Austrália. Foi condenado, em Novembro, a 15 anos de prisão. Mas nesta segunda-feira, perante um recurso da acusação, um tribunal da cidade de Dalian condenou-o à morte.

O canadiano negou sempre ser um traficante de droga, garantindo que estava na China apenas enquanto turista.