Empresa diz que mina de lítio em Boticas é um investimento de 500 milhões

Estudo de impacto ambiental do projecto ainda está a decorrer e a empresa requereu a classificação do projecto como de Potencial Interesse Nacional.

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LUSA/PEDRO SARMENTO COSTA

A Savannah Resources disse que o projecto da mina de lítio em Boticas tem um investimento previsto de 500 milhões de euros e que o recurso potencial conhecido dará para produzir baterias para 250 a 500 mil carros/ano.

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A Savannah Resources disse que o projecto da mina de lítio em Boticas tem um investimento previsto de 500 milhões de euros e que o recurso potencial conhecido dará para produzir baterias para 250 a 500 mil carros/ano.

David Archer, presidente executivo (CEO) da Savannah Resources, afirmou à agência Lusa que o projecto de uma mina a céu aberto previsto para a freguesia de Covas do Barroso, no distrito de Vila Real, tem um investimento previsto "superior a 500 milhões de euros".

"O objectivo principal é o desenvolvimento de uma operação mineira que se enquadre nos objectivos de desenvolvimento regional e nacional dentro de uma ótica de sustentabilidade e de acordo com as melhores práticas ambientais, sociais e económicas e que, simultaneamente, permita colocar Portugal na cadeia de valor do desenvolvimento da indústria das baterias para os veículos eléctricos", salientou.

Segundo o responsável, o projecto prevê a criação, de forma directa, de cerca de 300 postos de trabalho a longo prazo, repartidos pelas áreas técnicas, administrativas e de suporte.

Acrescentou que, durante a fase de construção, se estima que possa "ser criado um número idêntico de empregos a curto prazo" e ainda mais "500 a 600" postos de trabalho indirectos.

O projecto tem por objectivo a ampliação da concessão já existente desde 2006 para a "produção de concentrado de espodumena com vista ao aproveitamento de minerais de lítio para alimentar a indústria das baterias eléctricas".

David Archer explicou que a exploração será "feita de forma faseada" e inclui ainda uma instalação industrial.

Prevê-se, acrescentou, dentro da área de concessão uma exploração inicial em cerca de 25 hectares, área que será, numa segunda fase, recuperada, começando-se a trabalhar noutras áreas de exploração.

O responsável adiantou ainda que o "recuso potencial já conhecido nesta concessão dará para fazer baterias para entre 250 a 500 mil carros por ano".

"Obtidas todas as autorizações do Governo, o início da exploração comercial, já com a unidade industrial em funcionamento, está previsto para 2020", frisou.

David Archer explicou que está neste momento em curso o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), "onde todas as questões ambientais estão a ser analisadas, identificando potenciais riscos e medidas de mitigação".

O projecto, explicou, depende da aprovação do EIA e só poderá avançar se todas as entidades competentes considerarem que são observadas todas as condições necessárias.

A empresa requereu a classificação do projecto como de Potencial Interesse Nacional (PIN) e já na segunda-feira vai decorrer uma reunião na Comissão Permanente de Apoio ao Investidor (CPAI), na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), para discutir e apreciar este pedido.

Um pedido que teve por base, segundo o responsável, a "relevância do projecto da mina do Barroso, bem como o potencial impacto económico benéfico que o mesmo pode ter para a região e para o país".

"Ao contrário do que tem sido veiculado, em momento algum a classificação como PIN se traduz na supressão ou dispensa de realização de etapas como, por exemplo, o EIA. Teremos de realizar os mesmos estudos, com toda a profundidade, mas apenas receberemos uma resposta mais rápida, o que nos parece ser do interesse de todas as partes", salientou.

Quanto às queixas da população relativamente à "agressividade das prospecções", David Archer afirmou que a "comunidade local é uma prioridade para a Savannah" e que a empresa "realizou todas as acções necessárias com vista a obter autorização de todos os donos das áreas ou dos caminhos a que teve de aceder para fazer plataformas para fazer sondagens de prospecção".

Por fim, referiu que se está a "trabalhar no sentido de criar todos os canais necessários para optimização da comunicação com a comunidade".