Ferro Rodrigues destaca que Oliveira Dias foi um grande democrata

Médico de profissão, foi fundador do CDS e membro do Conselho de Estado após a revisão constitucional de 1982.

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Nuno Ferreira Monteiro

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, afirmou esta segunda-feira que recebeu com "enorme tristeza" a notícia da morte do antigo presidente do Parlamento e dirigente do CDS Francisco de Oliveira Dias, considerando que foi "um grande democrata".

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O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, afirmou esta segunda-feira que recebeu com "enorme tristeza" a notícia da morte do antigo presidente do Parlamento e dirigente do CDS Francisco de Oliveira Dias, considerando que foi "um grande democrata".

Médico de profissão e presidente da Assembleia da República entre Outubro de 1981 e Novembro de 1982, Francisco de Oliveira Dias morreu aos 88 anos e o Parlamento colocou a sua bandeira a meia haste. "É com enorme tristeza que acabo de tomar conhecimento do falecimento do antigo presidente da Assembleia da República, Francisco de Oliveira Dias", refere Eduardo Ferro Rodrigues, em nota enviada à agência Lusa.

O presidente da Assembleia da República salienta que Portugal perdeu um grande democrata. "Um cidadão ao qual o parlamento e a República muito devem. Deixa-nos hoje um amigo. À sua família e amigos endereço, em meu nome e em nome da Assembleia da República, as mais sentidas condolências", escreve o presidente do parlamento e antigo secretário-geral do PS.

Ferro Rodrigues destaca também que Francisco de Oliveira Dias, "foi um notável político português, tendo participado na fundação do Centro Democrático Social (CDS), partido de que foi dirigente". Deputado à Assembleia Constituinte de 1975-1976, durante a qual participou, activamente, na elaboração da Constituição da República Portuguesa, Oliveira Dias foi, nesse ano, eleito deputado à Assembleia da República, para a qual foi sucessivamente reeleito até 1983. Entre 22 de Outubro de 1981 e 2 de Novembro de 1982, assumiu a presidência do parlamento, sucedendo aos socialistas Vasco da Gama Fernandes e Teófilo Carvalho dos Santos, e a Leonardo Ribeiro de Almeida, do PSD.

Segundo o presidente da Assembleia da República, Oliveira Dias, enquanto deputado, "foi proponente de um conjunto muito vasto de diplomas, do domínio autárquico à área do património histórico, passando pela autonomia das universidades ou pelo ensino da língua e difusão da cultura portuguesa no estrangeiro".

"Integrou a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, tendo sido membro da sua Comissão de Educação e Cultura. Francisco de Oliveira Dias foi ainda membro do Conselho de Estado, após a revisão constitucional de 1982. Foi um cidadão empenhado até ao último dos seus dias, participando activamente nos grandes debates promovidos pela sociedade portuguesa, e sendo presença frequente nas iniciativas desenvolvidas pelo parlamento", acrescenta Ferro Rodrigues.

O CDS-PP lamentou a morte de Oliveira Dias, presidente do parlamento em 1981/82, que morreu hoje aos 88 anos, recordando-o como "um cidadão e um católico empenhado na democracia, nas instituições e na sociedade civil".

A morte de "Francisco de Oliveira Dias, aos 88 anos, enluta o CDS e a democracia portuguesa", lê-se numa nota da direcção nacional dos centristas, hoje divulgada.

"Foi um cidadão e um católico empenhado na democracia, nas instituições e na sociedade civil. O CDS apresenta sentidas condolências à sua família e apresenta, no parlamento, um voto de pesar pelo falecimento do seu antigo presidente", ainda segundo o texto.

O partido evocou a carreira política e partidária de Francisco de Oliveira Dias, de "militante desde a fundação do CDS, antigo deputado constituinte", depois eleito para o parlamento, de 1976 a 1983, "tendo sido presidente da Assembleia da República entre 1981 e 1982", ainda de acordo com a nota da direcção.