O Netflix está a ser processado por causa de Bandersnatch
O episódio interactivo de Black Mirror que se estreou no final do ano passado não agradou à Chooseco, a editora responsável pela série de livros Escolhe a tua Aventura.
A 28 de Dezembro do ano passado, o Netflix lançou o mais recente capítulo de Black Mirror, a série de antologia criada por Charlie Brooker. Bandersnatch, apresentado como filme e não como um mero episódio, é uma experiência interactiva, em que os espectadores podem escolher, como num videojogo, o rumo que a história vai tomar, levando-a a desembocar em vários finais diferentes. A mecânica é semelhante à da série de livros norte-americana Escolhe a tua Aventura, que começou a ser publicada no final dos anos 1970 – influenciando outra série mais popular em Portugal, Aventuras Fantásticas –, e é ela própria mencionada nos diálogos do episódio.
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A 28 de Dezembro do ano passado, o Netflix lançou o mais recente capítulo de Black Mirror, a série de antologia criada por Charlie Brooker. Bandersnatch, apresentado como filme e não como um mero episódio, é uma experiência interactiva, em que os espectadores podem escolher, como num videojogo, o rumo que a história vai tomar, levando-a a desembocar em vários finais diferentes. A mecânica é semelhante à da série de livros norte-americana Escolhe a tua Aventura, que começou a ser publicada no final dos anos 1970 – influenciando outra série mais popular em Portugal, Aventuras Fantásticas –, e é ela própria mencionada nos diálogos do episódio.
Por causa dessa ligação, a editora Chooseco, que detém os direitos da série, intentou no dia 11 uma acção judicial contra o Netflix, argumentando que a plataforma de streaming beneficia da associação com a marca, utilizada sem autorização, com "a intenção de capitalizar a nostalgia dos espectadores pela série de livros original dos anos 1980 e 1990" e que "o conteúdo sombrio e, por vezes, perturbador do filme dilui a boa vontade e as associações positivas que existem em relação à marca da Chooseco e mancham os seus produtos". A notícia foi dada pelo site de videojogos Polygon no dia em que a acção judicial deu entrada.
De acordo com a Chooseco, o Netflix "está a confundir, manchar, denegrir e diluir a qualidade distinta" da marca. A editora recorda ainda que, em 2016, o Netflix começou a tentar comprar os direitos da série; as negociações estenderam-se por alguns anos mas não chegaram a dar frutos. A compensação agora pedida pelos danos alegadamente causados é de 25 milhões de dólares (quase 22 milhões de euros).
Este não é o único processo de que o Netflix foi alvo nos últimos tempos. Em Outubro, a propósito de As Arrepiantes Aventuras de Sabrina, a plataforma e a produtora Warner Bros. foram alvo de uma ameaça do grupo The Satanic Temple, que alegava que a série utilizava uma figura que era sua propriedade para denegrir a imagem dos satanistas. Segundo o The Hollywood Reporter, as partes envolvidas chegaram a acordo em Novembro.