Marcelo esteve de surpresa no Hot Clube para ouvir jazz
O Presidente da República esteve na noite do passado sábado no Hot Clube, na Praça da Alegria, a assistir a um concerto de jazz. A visita, de surpresa, foi a resposta afirmativa a um desafio lançado em Dezembro por José Duarte.
O Presidente foi ao Hot Clube, de surpresa, ouvir jazz. Podia ser uma variante jazzística do célebre Fado do Embuçado, não fossem as diferenças de regime, de época e de estilos. Por isso, em lugar do antigo “Era el-rei de Portugal,/ houve beija-mão real/ E depois cantou-se o fado” (no fado escrito por Gabriel de Oliveira e dedicado a D. Carlos I), o que se passou na noite deste sábado no clube da Praça da Alegria seria mais apropriadamente descrito assim: “Era o Presidente de Portugal/ houve selfies em geral/ e depois ouviu-se o jazz”.
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O Presidente foi ao Hot Clube, de surpresa, ouvir jazz. Podia ser uma variante jazzística do célebre Fado do Embuçado, não fossem as diferenças de regime, de época e de estilos. Por isso, em lugar do antigo “Era el-rei de Portugal,/ houve beija-mão real/ E depois cantou-se o fado” (no fado escrito por Gabriel de Oliveira e dedicado a D. Carlos I), o que se passou na noite deste sábado no clube da Praça da Alegria seria mais apropriadamente descrito assim: “Era o Presidente de Portugal/ houve selfies em geral/ e depois ouviu-se o jazz”.
Comparações à parte, a visita fez-se de surpresa mas não clandestina. Aliás, correspondeu a um desafio lançado ao Presidente por José Duarte, num encontro em Belém, em finais de 2018 (ano em que o autor de Cinco Minutos de Jazz completou 80 anos e viu a sua vida e obra retratados num documentário de Jorge Paixão da Costa, Jazzé Duarte), com o fito de sensibilizar Marcelo Rebelo de Sousa para a importância de apoiar o jazz em Portugal.
A data foi sugerida pelo próprio José Duarte, por corresponder a um concerto de portugueses, jovens, cujo terceiro disco, Somewhere in the middle, ia ali ser apresentado depois de ter sido lançado no início de Dezembro. Trata-se do Vitor Pereira Quintet, que se apresentou no Hot sexta e sábado, e que tem a seguinte formação: José Pedro Coelho (saxofone tenor), João Mortágua (saxofone alto; nenhum parentesco com as irmãs Mortágua, do BE), Vitor Pereira (guitarra e composição), Nuno Campos (contrabaixo) e Joel Silva (bateria).
Para a direcção e programação do Hot, a visita do Presidente foi uma surpresa. Inês Cunha, presidente do conselho directivo do clube, soube dela por telefone. Fernando Mendes, do Hot, ao ver Marcelo a jantar no restaurante ao lado, na companhia de Pedro Mexia e José Duarte, perguntou-lhe por curiosidade o que fazia por ali e só então soube, pelo próprio, que a paragem seguinte seria o próprio clube. Avisada nesse momento, Inês Cunha teria comparecido, não fosse o caso de se encontrar, nessa mesma noite, no Alentejo. Já Luís Hilário, programador, chegou ao clube depois de Marcelo já lá se encontrar e também para ele foi uma surpresa a presença do Presidente.
Com a sala cheia, foram tiradas selfies por vários dos presentes. Marcelo assistiu, junto com Pedro Mexia e José Duarte, ao primeiro set do quinteto (foi apresentado aos músicos) e depois deu por finda a sua passagem pelo clube, não sem antes receber, das mãos de Fernando Mendes, um exemplar da última Hot News, uma edição especial em papel do boletim do Hot Clube de Portugal, comemorativa dos seus 70 anos.