Rui Rio reage ao desafio de Luís Montenegro: "A minha resposta é não"
"Nunca enganei ninguém", afimou o líder do PSD antes de anunciar que quer convocar um Conselho Nacional Extraordinário para apreciar uma moção de confiança à direcção social-democrata.
Rui Rio foi desafiado. E ao desafio respondeu com um vincado "não". O líder do PSD esclareceu este sábado, através de uma declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, que não irá ceder à agenda de Luís Montenegro "em detrimento do país e do PSD". O líder social-democrata afasta assim "uma nova disputa interna à porta de eleições" e acrescenta que fazê-lo seria repetir "o jogo socialista" e "prestar um serviço a António Costa", recordando o desafio colocado pelo actual líder do PS e primeiro-ministro a António Seguro, quando o último liderava os socialistas.
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Rui Rio foi desafiado. E ao desafio respondeu com um vincado "não". O líder do PSD esclareceu este sábado, através de uma declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, que não irá ceder à agenda de Luís Montenegro "em detrimento do país e do PSD". O líder social-democrata afasta assim "uma nova disputa interna à porta de eleições" e acrescenta que fazê-lo seria repetir "o jogo socialista" e "prestar um serviço a António Costa", recordando o desafio colocado pelo actual líder do PS e primeiro-ministro a António Seguro, quando o último liderava os socialistas.
"Será legítimo que, quem podendo disputar eleições, opte por não o fazer para depois condicionar os calendários do partido a sua própria agenda pessoal? A minha resposta é não. O PSD não é um partido unipessoal. É um partido grande demais para estar sujeito a agendas pessoais", clarificou Rui Rio, em resposta a Montenegro.
O líder social-democrata avançou ainda que quer convocar um Conselho Nacional Extraordinário para apreciar uma moção de confiança à direcção. "Há momentos para unir e momentos para clarificar. Temos de ser um partido responsável", declarou, antes de citar o fundador do PSD Francisco Sá Carneiro: "A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha."
"Tenho um respeito absoluto pela legitimidade de quem vence eleições", acrescentou. "O meu entendimento é que é obrigação patriótica de todos os partidos estarem disponíveis para dialogar. Nunca participei nem participaria em golpes palacianos. Nunca participaria em tentativas de enfraquecimento de uma liderança legítima", vincou, num recado para Luís Montenegro, a quem aponta uma "postura eticamente questionável".
"Fui eleito presidente do PSD directamente por todos os militantes há precisamente um ano e tomei posse há menos de 11 meses. Fui eleito no início de 2018 depois de vários momentos e durante vários anos ter sido desafiado", começou por afirmar o líder social-democrata. Mas "sempre honrei os meus compromissos até ao fim", justificou.
"A permanente política do bota-abaixo e da sobreposição egoísta do interesse partidário ao interesse nacional e uma postura que repudio e entendo que deve ser combatida", disse. "Os partidos tem de se livrar da teia de interesses em que se deixaram envolver. Se assim não for, a democracia vai desvirtuar-se cada vez mais e o país não conseguirá encontrar soluções para os problemas que enfrenta. Sempre disse que era esta a minha visão e a base do meu projecto. Foi isto que os militantes do PSD livremente escolheram e é isto que estou obrigado a cumprir", acrescentou.
"Se tem mesmo Portugal à frente de tudo, mostre coragem e não hesite em marcar estas eleições internas, não tenha medo do confronto, não se justifique atrás de questões formais, o tempo é de confronto político", afirmou o ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro, numa declaração sem direito a perguntas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, esta sexta-feira.
Além de Montenegro, também o deputado do PSD Miguel Morgado admitiu avançar com uma candidatura, caso fossem marcadas eleições directas.
Depois do desafio de Montenegro, Rio esteve reunido com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que na próxima segunda-feira se encontrará também com Luís Montenegro.