Governo estuda ligação ferry entre Funchal e Lisboa
Ministra do Mar foi aos Estados Gerais do PS-Madeira anunciar ligação marítima entre o arquipélago e o continente.
O Governo está a trabalhar numa solução sustentável para assegurar a continuidade territorial por via marítima entre a Madeira e o continente. A garantia foi deixada este sábado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, durante a abertura da II Convenção dos Estados Gerais do PS-Madeira, no Funchal.
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O Governo está a trabalhar numa solução sustentável para assegurar a continuidade territorial por via marítima entre a Madeira e o continente. A garantia foi deixada este sábado pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, durante a abertura da II Convenção dos Estados Gerais do PS-Madeira, no Funchal.
Sem se comprometer com datas – “vamos apresentar uma solução tão cedo quanto possível” –, Ana Paula Vitorino deixou a porta aberta para que a ligação ferry, que no Verão passado foi assegurada pelo governo madeirense, ligando Funchal e Portimão, passe a ser feita entre a capital do arquipélago e Lisboa.
“Foram dadas orientações à Administração do Porto de Lisboa para estudar uma localização, para a instalação de uma rampa para o acesso a veículos”, disse a ministra, remetendo mais pormenores para o dia 30 deste mês, quando apresentar o projecto Campus do Mar.
A opção por Lisboa, em detrimento de Portimão, justifica-se pela necessidade de a linha ser “sustentável do ponto de vista económico e da procura”. Neste momento, continuou, os ministérios do Mar e das Finanças estão a analisar a “forma e os termos” de uma portaria que regule a continuidade territorial por via marítima, para que a linha a ser criada tenha enquadramento legal a nível internacional e comunitário.
“Tem de haver aqui, não uma postura de exigência do governo regional, mas de colaboração, tendo em consideração que a continuidade territorial não é só importante para os madeirenses, mas sim para todos os portugueses”, disse Ana Paula Vitorino, em resposta às críticas que o executivo madeirense, do social-democrata Miguel Albuquerque, tem feito à forma como Lisboa tem olhado para este dossier.
Na II Convenção dos Estados Gerais dos socialistas madeirenses, que se centrou na economia azul, a intervenção de Ana Paula Vitorino era aguardada com expectativa, face ao que poderia dizer sobre a ligação ferry. Paulo Cafôfo, o autarca independente que lidera a Câmara Municipal do Funchal desde 2013, e que será o candidato do PS à presidente do governo regional, garantiu, após uma reunião em Outubro no Ministério do Mar, que tinha desbloqueado o dossier. Isto perante as críticas do PSD-Madeira e do executivo do arquipélago, que acusam António Costa de estar a condicionar as relações com a região autónoma por motivos partidários.
“A autonomia serve para unir e desenvolver, não como arma de arremesso político”, enfatizou Paulo Cafôfo durante a sessão de abertura dos Estados Gerais, em que fez questão de mostrar a cumplicidade com Ana Paula Vitorino, e de defender um novo modelo económico, centrado no mar, que diversifique a economia regional. “Temos de olhar o mar como uma estratégia de desenvolvimento”, disse, depois de colocar nas mãos dos madeirenses a decisão de mudar de politicas. “O poder está nas pessoas. O tempo dos messias, o tempo dos heróis e o tempo do único importante já passou.”
Antes, Emanuel Câmara, presidente do PS-Madeira, falou da necessidade de uma “coligação com a sociedade civil” para afastar o PSD do governo da região autónoma. “Este governo que anda aqui há 40 anos está caduco, cansado e não tem soluções.”