Aprender a ser um explorador no Trilhos da Terra
Durante todo o ano de 2019, e sempre aos sábados, são organizadas em Aveiro uma série de actividades para crianças com curiosidade de conhecer e explorar o mundo. Haverá orientação, escalada, cinema, artes plásticas, música, descoberta. Os pais também são chamados a participar de quando em vez.
Não é coisa que qualquer um ponha num cartão profissional, ou use na assinatura de e-mail. Nome: fulano de tal; morada: determinado sítio; actividade: explorador. Mas é, com certeza, uma coisa que se aprende. E Bernardo Conde, fundador do Trilhos da Terra acredita tanto nisso que decidiu criar sessões regulares durante todo o ano de 2019, e que vão decorrer no seu espaço de CoWork e galeria cultural, localizada bem no centro de Aveiro.
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Não é coisa que qualquer um ponha num cartão profissional, ou use na assinatura de e-mail. Nome: fulano de tal; morada: determinado sítio; actividade: explorador. Mas é, com certeza, uma coisa que se aprende. E Bernardo Conde, fundador do Trilhos da Terra acredita tanto nisso que decidiu criar sessões regulares durante todo o ano de 2019, e que vão decorrer no seu espaço de CoWork e galeria cultural, localizada bem no centro de Aveiro.
Bernardo Conde não tem filhos – tem um sobrinho acabado de nascer. Mas tem reparado em muitos exemplos de amigos e conhecidos que andam empenhados em educar as crianças de uma forma que os sensibilize para a diversidade de culturas e de ambientes, e da importância de haver curiosidade, tolerância, respeito. Há quem faça disso um estilo de vida – como Mike Libecki, e a filha Lilliana, que foram seus convidados no último National Geographic Exodus Aveiro – e Bernardo Conde, por enquanto, diz apenas que quer partilhar algumas ferramentas com pais e filhos. “No fundo, queremos contribuir para que surjam cada vez mais crianças curiosas, sedentas de aventuras e que saibam, sempre, respeitar a natureza e os outros”, sintetiza Bernardo Conde.
Sensibilizar para a importância de modos de vida mais sustentáveis. Criar conhecimento sobre os vários países, povos e culturas de modo a que as crianças sejam mais compreensivas nas diferenças e mais informadas sobre as diferentes formas de fazer sociedade. Apostar em actividades de ar livre e contacto com a natureza para proposta de pequenos desafios que vão, passo a passo, gerar sentimentos de evolução e superação. Os princípios estão claros. Mas, e como é que isso se faz? Pegando nos vários âmbitos pedagógicos que podem ser abordados e transformando estas matérias em algo apetecível. Sejam as ciências do meio, a ecologia, a geografia, as artes plásticas, a escrita, ou a música.
Bernardo Conde dá um exemplo. Num sábado de manhã tanto podem ir para a rua no meio da cidade de Aveiro, com mapas na mão para aprenderem técnicas de orientação, como podem começar a falar de montanhas, fazer trabalhos de grupo, seja de artes plásticas ou de fotografia. Na semana seguinte conhecerão melhor um país que tem muitas montanhas nas suas fronteiras, os seus hábitos, os seus modos de vida. E na outra a seguir, se calhar vão conhecer de perto uma pequena montanha e tentar escalar uma formação rochosa. Uma coisa é certa: não haverá tempo para monotonias. E os pais - que serão sempre convidados a participar nas actividades de ar livre - ficam com a certeza de que os filhos estão a frequentar actividades que se revelarão determinantes na sua formação.
Uma vez por mês, sempre ao domingo de manhã, vão decorrer as Explorers Talks, onde os miúdos vão poder apresentar aos pais, e a quem quiser assistir, os trabalhos que têm realizado ao longo das sessões
Um programa como este cai que nem ginjas àqueles pais que, apesar da vontade e perseverança, nem sempre têm inspiração suficiente, ou disponibilidade física ou mental, para pensar em organizar programas ao fim-de-semana que lhes dêem o mundo e a cultura que lhes satisfaça a curiosidade. E que permitem aos pais participar em muitas das actividades, para que estas não sejam apenas uma oportunidade de deixar os miúdos durante duas horas para ir fazer outra coisa qualquer. O tempo em família é importante. “As vezes é preciso mostrar-lhes o caminho”, lê-se nos textos de informação sobre este programa. A verdade é que, às vezes, também os pais precisam dessa orientação, ou, sobretudo, desse entusiasmo. E o Trilhos da Terra propõe-se a contribuir para isso.
As sessões podem ser compradas individualmente (custam 12,50 euros), mas a organização recomenda, e percebe-se porquê, que a presença seja feita através de inscrição mensal (que custa 10 euros por semana). As sessões outdoor serão feitas em parceria com uma empresa de actividades e terão um custo suplementar
Destinadas a crianças entre os seis e os 12 anos de idade, estas sessões acontecem uma vez por semana, aos sábados de manhã, durante o ano de 2019. E cada uma delas vai repetir-se em três períodos possíveis, das 10h-11h30, das 11h30h-13h e das 15h-16h30, limitado a um número máximo de 15 crianças.
Bernardo Conde é formado em Engenharia Ambiental, licenciado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Mestre pela Universidade de Aveiro. Foi escuteiro por mais de 20 anos, metade deles como dirigente. Nos últimos cinco anos pertence à equipa de coordenação da Quinta Ecológica da Moita - Centro de Educação Ambiental, e foi lá que também recrutou Isabel Gonçalves, que vai partilhar com ele a coordenação destas sessões. Estão programadas 40 para o ano todo. No mês de Agosto o Trilhos da Terra estará aberto, mas a continuidade do programa Explorers vai estar dependente do número de inscrições. A primeira acontece em Fevereiro. Mais informações em www.trilhosdaterra.com/trilhos-explorers.